segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sobre o século XXI

Mais um ano termina. De vez enquando bate aquela vontade de fazer o tempo parar de passar. Mas é inevitável. Nesta vida moderna, onde todas as pessoas sentem-se socialmente obrigadas a estarem sempre ocupadas, temos a impressão de que o tempo está passando mais rápido. Eu me lembro como se fosse ontem quando o mundo celebrava a virada do milênio, com aquela apreensão de que os computadores entrariam em pane, era o chamado "bug do milênio", lembram? No fim não deu em nada, lógico. O mundo entrava em uma nova era. Os "anos 2000". Ao contrário do que nossos pais sonhavam junto com Stanley Kubrick, os anos 2000 não foram marcados por carros voadores. Com a virada do século, testemunhamos um avanço incrível da tecnologia, todavia, no campo da futilidade eletrônica, como se depreende das recentes febres dos IPODS, MP3456, NOTEBOOKS, IFONES, máquinas digitais, Internet, etc. Nada disso, ao meu ver, trouxe qualquer benefício significativo para a raça humana, salvo para quem comercializa estes produtos, claro. Além disso, fomos testemunhas, a partir de 2001, de guerras. Guerras de verdade mesmo, com morte e bombas, inclusive daquelas que rastreiam o alvo, super tecnológicas e tal. Vimos, com estes primeiros anos do século XXI, um "homem" mais egoísta, individualista, ganancioso, fútil, intolerante com o próximo, como se pode ver desde a perspectiva dos grandes palanques políticos como nas esquinas engarrafadas de gente apressada e ocupada. Confesso que não gosto mundo desta "modernidade". Hoje, ninguém admite ser infeliz. A modernidade é a época do homem feliz. As pessoas se negam a sentir dor. Negam as suas crises. Quando elas chegam, taca remédios! Não passa? Corre para os psicólogos e psiquiatras. Não podemos parar um segundo. A "vida é agora". "Parcele". Mas consuma. Imagine o trauma de seu filho se ele não puder ter um IPHONE? Ele nunca brincou de esconde-esconde nem de "taco", isso é muito chato para ele, é coisa de "nerds", do século passado, ele diz. Assim caminha a humanidade, ou a modernidade? Agora é a crise financeira e o aquecimento global. Fim do mundo? Demissões em massas, milhões de crianças que ficaram sem os seus IPODS. Lucros para os psicólogos! E nessa confusão toda, já passaram oito anos desde aquela virada do século conturbada. Um negão assumiu os "states". Sadam morreu. Bush também, porque não? Bin Laden tá por aí. Está cada vez mais calor, o Inter foi campeão do mundo e eu estou aqui, usando essa INTERNET e "baixando música" Chega!!! Vou jogar taco!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Férias

Pessoal, estou de férias dos meus compromissos usuais e também darei um tempo no Blog. Volto com todo gás em Fevereiro. Boas festas a todos!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

2008 termina

Depois de inúmeros posts comentando os acontecimentos futebolísticos do ano de 2008, finalmente chegamos ao final e já sabemos as respostas para todas as perguntas. Grêmio e Internacional, os dois clubes que movem a paixão desde estado e, porque não, deste blog, tiveram um desempenho apenas razoável nesta temporada. O Inter levou uma pequena vantagem, pois conquistou dois títulos. Já o Grêmio somente logrou êxito em se classificar para a Libertadores da América de 2009, após uma grande campanha no brasileiro que não poderá ser esquecida. Entendo que a análise racional de quem foi melhor, se é que isso é possível por aqui, deve residir em uma análise do ponto de vista econômico do futebol.

O Internacional, e isso não pode ser esquecido, fez investimentos sensacionais para um time residente em um país emergente. Montou uma verdadeira seleção, lógico, a base de muita plata. Nenhum time do Brasil, e porque não, da América do Sul, conta com jogadores do nível do Internacional. O São Paulo, na minha opinião, fica muito atrás. Pela exigência que um grande investimento exige, o desempenho do Internacional no ano foi razoável. No primeiro semestre o colorado venceu Gauchão, com todos os méritos, mas perdeu o que realmente valia, a Copa do Brasil. No brasileiro, vacilou muito, perdeu quase todos os jogos fora de casa. Manteve o Clemer por gratidão por muito tempo e acabou sucumbindo na competição, ficando de fora, inclusive, da disputa que mais sonhava no ano de seu centenário. Mas, o Inter foi inteligente, claro. Após a eliminação no brasileiro, jogou todas as fichas na copa Sul-americana e conseguiu, a baixo de marketing do tipo goela abaixo, inflamar o torcedor e vencer a copa. Mas para uma instituição que gasta 4 milhões mensais (só perde para o Corinthians, acreditem!) ter ido mal em todas as competições que realmente valiam é um fato considerável. Por isso, pelos dois títulos, entendo que o Inter chegou um pouco na frente do Grêmio.

O tricolor foi uma figura esse ano. Primeiro semestre desastroso. Eliminado vergonhosamente da Copa do Brasil e do Gaúchão, em menos de uma semana. Naquele momento os gremistas eram unânimes na idéia de que lutaríamos para não sermos rebaixados no brasileiro. Fracasso total. Mas, incrivelmente, aquele time, formado de "refugos", com uma folha mensal ridícula de 900 mil, foi empilhando vitórias e liderou o certame por quase três meses. Entretanto faltou qualidade, faltou um atacante. Faltou o algo mais. No entanto, mesmo assim, o Grêmio seria campeão, não fosse uma arrancada inacreditável do São Paulo, que perdeu, pasmem, um jogo no segundo turno. Com um nível assim, não tinha como segurar. Por isso, acho que a tese de que o Grêmio perdeu campeonato não procede. O tricolor fez uma campanha boa no segundo turno, tanto que acabou com cinco pontos à frente daqueles times que, até pouco tempo, eram vistos como os candidatos ao título, Palmeiras, Cruzeiro e Flamengo. Ao meu ver o São Paulo conquistou o titulo sim. Bom, apesar da frustração, o Grêmio se classificou para a Libertadores, o que é uma alegria inegável. Os colorados descobriram como é bom jogar essa competição. E aquele Grêmio, que eu descrevi no início do parágrafo estará lá, bem mais reforçado, espero.

Era isso amigos. Foi um ótimo ano para os gaúchos. A cada ano que passa esses brasileiros nos odeiam mais. Esperamos que o Grêmio represente bem o nosso país e faça bonito ano que vem e, quem sabe, (re)conquiste a América para nós, uruguaios, brasileiros por acidente.

A partir de agora, análises somente políticas, por favor.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Coloradismo à Flor da Pele!

Geralmente, adoto uma posição um tanto quanto neutra em se tratando de futebol aqui no Blog. Isso acontece, em primeiro lugar, porque a proposta original era de se discutir futebol e política sem tomar a frente deste ou daquele lado (o que nem sempre acontece). Em segundo lugar, isso também decorre de uma característica minha; tenho uma tendência quase inevitável de assumir um tom conciliador em qualquer discussão.
Entretanto, os últimos fatos ocorridos com o Sport Club Internacional me fizeram repensar meu papel no Blog, ainda que de forma eventual. É preciso salientar que eu havia dito que o Internacional em 2008 era uma monótona repetição de erros e que só iria voltar a falar do Glorioso quando alguma alteração muito grande ocorresse. Pois não é que nas últimas semanas isso realmente aconteceu?
Assim, cá estou para falar um pouco do sentimento que invade o coração de toda nação colorada neste mês de Dezembro. O que se viu no último dia três no estádio Beira-Rio não foi apenas um empate heróico contra uma das equipes mais tradicionais da Argentina. Mais do que isso, o que aconteceu naquela noite foi a consagração de uma idéia de clube; foi o ápice de uma paixão que transbordava em cada colorado presente ao Beira-Rio.
O Internacional chega aos seus cem anos da melhor maneira possível. A história recente do clube mostra que, desde 2002, dez títulos foram conquistados. Convenhamos que isso é para poucos. Cinco títulos gaúchos, uma Libertadores, um Mundial, uma Recopa, uma Copa Dubai e agora a Sul-Americana. O clube se torna o único brasileiro a ostentar todos os títulos possíveis em seu currículo.
Mais do que isso, o Internacional tem, hoje, um modelo de gestão única e vencedora. Clubes do país inteiro vêm a Porto Alegre entender como esta funciona; a imprensa do centro do país se derrete em elogios; a imprensa internacional classifica o clube como o “mais internacional do Brasil” e até os nossos hermanos argentinos se curvam frente às conquistas coloradas.
O Colorado ainda conta com jogadores de luxo, como Alex, Nilmar, Guiñazu e D’Alessandro (como joga este argentino hein?). Aliás, este último trazido a preço de ouro, numa época em que nos acostumamos a ver os clubes europeus subjugar as entidades esportivas brasileiras. Pois o Internacional fez o mesmo com o San Lorenzo argentino, trazendo o craque do time para respirar os ares do Mampituba.
Nesse sentido, o que mais se repetia nos bastidores da vitória de quarta-feira era a seguinte frase: “Como é bom ser colorado”. Alfinetado por meus sempre presentes amigos gremistas em relação ao menor peso da Sul-Americana, eu faço valer um bordão clássico no futebol: o que vale é taça no armário. Clubes grandes só sobrevivem com títulos e é isso que o Internacional faz. Perdoem-me, caros amigos, mas o título vale mais do que uma vaga. Além disso, os ganhos financeiros da Copa Sul-Americana justificam qualquer interesse. P.S.: quem gosta de vaga é flanelinha!

sábado, 29 de novembro de 2008

Penúltima Rodada

Com exceção dos clubes que se situam no limbo, ou seja, no meio da tabela, sem ter mais muito o que fazer no campeonato, a não ser que uma "motivação extra" (leia-se "mala preta") se faça presente, a penúltima rodada reserva jogos interessantes tanto na ponta de cima quanto de baixo da classificação. São Paulo x Fluminense, Ipatinga x Grêmio, Cruzeiro x Internacional, Vitória x Palmeiras e Flamengo x Goiás compõem as partidas mais emocionantes, as quais encaminharão a definição do campeão e dos classificados à Copa Libertadores/2009.
O Tricolor paulista, com cinco pontos de vantagem sobre o vice-líder Grêmio, encara o Fluminense em casa. Praticamente livre do rebaixamento, o clube das laranjeiras não tem mais muitas pretensões no campeonato, porém sempre é um adversário difícil, já que conta com jogadores do porte de Wellington Monteiro (O que estão olhando? É um campeão do mundo, oras!). O São Paulo, motivado, com o melhor time do Brasil e o melhor técnico, tem tudo para conquistar o campeonato neste domingo.
Em Minas Gerais, o Grêmio junta os cacos da humilhante goleada que sofreu em Salvador no último final de semana. Apesar da iminente crise interna e da baixa auto-estima acumulada, a fragilidade do adversário e o quase-rebaixamento ensejam uma vitória tranqüila gremista. Vencer em Minas, aliás, dá ao Grêmio o direito de estar em um grupo facílimo na próxima Libertadores, disputando duas vagas com clubes muito inferiores. Isso se faz necessário, já que o Tricolor Gaúcho jogou fora o título do campeonato, depois de liderar por 17 rodadas.
A Raposa vem a Porto Alegre enfrentar o desinteressado Internacional. Os gaúchos estão com as suas atenções voltadas à final da Sul-Americana; dessa forma, é impertativo prever os três pontos para os mineiros. Entretanto, o Cruzeiro é um time de incógnitas; ao mesmo tempo em que faz três a zero no bom time do Grêmio, perde, inexplicavelmente, muito fora de casa. De tal sorte, a lógica ensina que os mineiros vencerão, mas o imponderável (ou a ruindade) parece pairar sobre o céu de Adílson Batista.
O Palmeiras de Luxemburgo visita o papa-aspirantes-ao-título Vitória. Ressabiado com as agressões que sofreu dos torcedores palmeirenses, o técnico parece não ter mais motivação para chegar à Libertadores. Mas o Luxemburgo é sempre o Luxemburgo; os que duvidam dele poderão se surpreender. O maior vencedor dos pontos corridos merece, no mínimo, respeito dos seus adversários. Porém, de longe, o Palmeiras é o clube que terá o desafio mais árduo, definitivamente.
Por fim, o Flamengo, do agressivo cartola Kléber Leite, enfrenta o Goiás no Maracanã. Fico impressionado com a arrogância e intransigência do clube carioca. Como se já não bastasse todas as benesses que desfruta (remarcação de jogos para o Maracanã, quotas de televisão mais altas, grande influência na CBF,...), o clube carioca tenta destruir a carreira do melhor árbitro do Brasil, Carlos Simon, mesmo depois de provada a inexistência do pênalti sobre Diego Tardelli. À parte disso, os cariocas devem vencer os goianos no Maracanã, empurrados pelos seus torcedores.
É isso camaradas. Bom final de semana para todos.
P.S.: parece que quarta-feira já terei um motivo para voltar a falar do Internacional...

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

PELA VOLTA DO VELHO GRÊMIO


A despeito da bela vitória colorada na quarta-feira, penso que o fato esportivo que merece uma análise mais minuciosa (pelo menos de minha parte) é a derrota do Grêmio para o sofrível time do Vitória. Não sei se o Grêmio se sagraria campeão nacional caso confirmasse a vitória sobre os baianos, haja vista que o São Paulo venceu o Vasco, e em São Januário. Todavia, caso o tricolor tivesse logrado êxito no domingo que se passou, os gremistas poderiam, pelo menos, constatar que havia sangue correndo nas veias dos jogadores. Ora. É óbvio que o Grêmio, tecnicamente (e isso é meio caminho andando) era melhor do que o Vitória. Não é atoa a diferença de pontos entre as duas equipes. O que houve? Terá sido somente o Heber o responsável pela derrota? Penso que não. Faltou mesmo sangue e indignação do time. Eis aqui a questão diferencial entre o time campeão e o não campeão. Quando duas equipes decidem um campeonato, é lógico que, pelo menos a princípio, elas se equivalem, mesmo que um time seja melhor do que o outro em termos técnicos. Então, o que decide? Na minha visão, a sorte evidentemente tem sua contribuição, a qualidade individual também, mas em uma final, entendo que o que vale mesmo é a motivação. O time que pôr mais garra, mais raça, que corra mais, que mostre indignação com a adversidade, tem muito mais chance de vencer. Um time sente quando o seu adversário está motivado. O náutico sentiu isso a exatamente há 3 anos atrás. Aquele time, apesar das limitações e da sorte, se negou a perder, mesmos com 4 jogadores a menos e um penalti contra. Era um time fantástico? A motivação faz diferença. O Vitória percebeu que ali estava um time conformado, preguiçoso e sem indignação. Lembremos que o São Paulo também sofreu o empate em São Januário, e como acabou? Esse time atual do Grêmio demonstrou, em inúmeras oportunidades, depressão quando leva um gol. Isso é inaceitável para quem que ousa dizer que é candidato a título. Se é assim. Não é candidato, portanto.
O retrato disso é o discurso do Grêmio acerca de seu próximo adversário, o Ipatinga. "ah mas eles ganharam do Inter", "ah, eles complicam em casa". Que insegurança é essa, meu Deus? O Grêmio é vice-líder e eles são lanternas, já rebaixados. Retranca contra o Ipatinga? "Um pontinho é bom" cheguei a escutar. Inaceitável. Patético. A vitória é mais que obrigação. É um compromisso com a história de um clube que ostentou o rótulo de copeiro. Que já dominou o mundo e levantou duas copas libertadores, sendo que uma delas, trocando socos e pontapés e erguendo a América sujo de sangue. Esse é o Grêmio que nos acostumamos a amar e que precisa voltar.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Cotas Raciais

Correria de final de semestre é complicado, provas e mais provas. Dessa forma, não tenho conseguido postar muita coisa, mas a calmaria está por vir. Mesmo assim, gostaria de fazer um sucinto registro de uma notícia veiculada hoje no país.
O governo pretende implantar cotas raciais na percentagem de 50% para estudantes negros nas universidades públicas. Isso mesmo. Pasmem. Pois foi o que aconteceu comigo quando tomei conhecimento do projeto.
A minha opinião sobre o assunto é singela: cotas são toleráveis desde que momentâneamente e para a população de baixa renda, NUNCA baseada em questões raciais. É verdade que, no Brasil, a maioria da população negra confunde-se com os pobres. Mesmo assim, é intolerável que façamos distinções de cor como critério de ingresso na Academia.
Sou um adepto da meritocracia. Acredito que as pessoas devem crescer profissionalmente por seus próprios méritos. Repudio qualquer tentativa de fraudar o esforço e o talento de alguém. Patindo dessa lógica, é notório que só haverá uma maior mobilidade social no Brasil quando uma profunda reforma educacional de no mínimo 20 anos for feita. Só assim negros e pobres poderão ter acesso aos instrumentos disponibilizados aos brancos.
Até que isso aconteça, as cotas são TOLERÁVEIS, não mais do que isso. Todavia, o fato não autoriza o governo brasileiro a semear o racismo numa sociedade gravada por lutas étnicas históricas. Por isso tudo, espero que o bom senso predomine e o projeto seja ao menos modificado, quando não for possível a sua extinção.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Tudo se decide no domingo....

O último capítulo deste notável brasileirão passa pela tarde do próximo domingo. Tudo será decidido, simultaneamente, em Salvador e no Rio de Janeiro. É a última cartada a viabilizar para o tricolor o tão sonhado título de tri-campeão brasileiro. O Grêmio enfrenta o Vitória, provavelmente sem Réver, pois o recurso da decisão do STJD que o suspendeu, já há algum tempo, será julgado, e, desde a perspectiva de um clube periférico, tenho que não há como evitar que a decisão seja confirmada, ou quiçá diminuída, mas absolvição (única possibilidade de ele estar em campo), confesso que não acredito. O adversário é uma incógnita. Não se sabe qual o estado anímico do Vitória para domingo. Será que Mancini irá preparar uma concentração motivacional especial, uma vez que renegado pelo seu, agora, adversário? Sobre isso, sou obrigado a concordar com o Guerrinha (de quem tenho verdadeiro asco, pela sua constante arrogância) quando refere que, se o time tem bala na agulha, o adversário, mesmo motivado, vai perder motivado. E é isso que se espera do Grêmio. Que se imponha contra o Vitória, mesmo fora de casa. Seja inteligente, paciente. Sobretudo exigimos atitude de campeão.

No que se refere ao adversário direto pelo título, o Visa-$ão Paulo FC, tem um compromisso nada agradável Domingo que vem. Enfrenta o vaixxcão, em pleno São Januário, que se localiza em um subúrbio do Rio. Será, com certeza, uma guerra. Talvez o jogo represente mais importância para o Vasco do que para o $ão Paulo. É a última chance do ex-time de Eurico Miranda permanecer na 1ª divisão. Um derrota em casa agora seria mortal para as pretensões vascaínas. A segunda divisão significa uma crise histórica, e até perigosa do ponto de vista físico dos jogadores que lá estão, e invariavelmente representará a crise total das finanças do clube cruz maltino. A situação por lá se transformaria em uma calamidade. Por isso creio que o Vasco tem condições de vencer os bambis, mas só em um ambiente sobrenatural, de guerra mesmo, extra campo forte, etc. Nada que não ocorra sempre, em jogos desta importância, no caldeirão de São Januário.

Penso que tudo se decide domingo, pois o Fluminense, que luta para não cair para segunda divisão, adversário seguinte do São Paulo, que representava uma tênue (mas possível) esperança de crime no Morumbi na penúltima rodada, não mais enfrentará os bambis em tal situação. Explico (não sei nem se preciso). O Internacional, já eliminado de tudo o que interessa no brasileirão, de olhos inteiramente voltados ao eletrizante torneio sudamericano de futebola, é o próximo adversário do Fluminense!!! Logicamente (se a situação fosse inversa faria o mesmo), o Inter entregará, assim como fez contra o $ão Paulo, e o Fluminense vai jogar de sangue bem mais morno contra o São Paulo, pois, além de já estar com 43 pontos (a matemática diz que com 44 é certo que não cai) tem, na última rodada um “desafio” tremendo, o Ipatinga, no maracanã. Portanto, esqueçam o tal Fluminense desesperado contra os paulistas, que era a nossa (pen)última esperança, caso a guerra de São Januário seja perdida e o Grêmio não vença o time do motivado Mancini.

O campeonato está pegando fogo e o Grêmio pode sim ser campeão, mas para sonhar com isso, temos que vencer os últimos jogos, principalmente o jogo que vem aí, contra o Vitória do magoado Mancini, que virá com tudo, motivado. Espero que o Grêmio faça valer a sua posição no campeonato e conceda aos Baianos a honra de perderem bem motivados, chorando sangue se preciso. Mas, por favor, eu só quero 3 pontos...

Ps. Força Vaixxxcao!

terça-feira, 11 de novembro de 2008

A batalha do marketing

Do populismo ufanista e nacionalista da era Abel ao “european-arabian dream” da era Tite. O colorado deixou de ter um grupo mobilizado para sua nação e vive um momento “ponte aérea”, onde é visível a vontade de muitos de fazer a vida lá fora, o mais rápido possível. Contexto permeado por contratações equivocadas, dentro e fora de campo.
Exceto Guiñazu, que realizaria um trabalho assistencial na África miserável ou de recolhimento de corpos na Guerra do Iraque com a mesma dedicação mostrada em campo, a todos se aplica, a meu ver, a triste realidade.
De outra parte, sem alardes, ou melhor, apesar de muitas previsões catastróficas, o G.F.P.A apresenta-se, faltando quatro rodadas para o término do Brasileiro, como o favorito ao título, pela seqüência de jogos e, especialmente, pelo inevitável momento criado pela vitória contra o perturbado Palmeiras.
Não nego estas realidades. O momento é do rival, desde 2007, é bom que se diga. E apesar de jamais respeitar a concepção de futebol (?) instalada na mente dos gremistas, a direção tricolor contratou muito bem, a preparação física mostrou-se competente e houve durante um tempo um esquema tático simples, porém “houve um esquema tático” é coisa rara no futebol brasileiro. Nos lados do Gigante, muita vaidade, muita preocupação com a maldita coroa, com o letreiro “FIFA”, entre outras atitudes que mais lembram um gurizote ao perder o cabaço (com notável atraso). Enfim, lamentável.
E isto desenha o final de 2008. O G.F.P.A luta pelo título brasileiro; o colorado pela sul-americana.
Mas eis que aos gremistas não basta o seu momento. É preciso alfinetar o rival, como dizem os mais velhos
Nesta arte, entretanto, devemos sempre olhar para nossos flancos.
Duda Mendonça elegeu Lula presidente do Brasil em 2002. Claro, Lula, como o próprio Mendonça declarou, não era um produto tão difícil de ser vendido. Com biografia intacta (Mendonça já trabalhou para o Maluf...), foi só serrar os dentes, colocar um terno alinhado, deixar a barba grisalha pra dar um tom “natalino”, uma ou outra correção facial e pronto. O populismo vinha de fábrica, com o português ninguém se importa, e, como se não bastasse tudo isso, os vendedores iam de porta em porta com mais, digamos, voracidade do que os tucanos. É bom lembrar que o adversário tinha constante aparência enferma...
Brilhante mesmo é transformar um título de série B, conquistado de forma suja, violenta e vil, em DVD, pôster, carro de bombeiros e muita festa. “A Batalha dos Aflitos” é uma aula de marketing, onde chutes num árbitro e invasão de campo são transformados em falso heroísmo, para uma nação entorpecida (ou, quem sabe, cúmplice da palhaçada).
E não faltou conivência da imprensa gaúcha, ao exaltar o dito “feito”, contra o empobrecido, mas esforçado, Náutico.
O G.F.P.A, time de grandes empresários com grandes contas bancárias, ao cair teve toda a ajuda possível. Na sua passagem pela série B, enfrentando times miseráveis, com estádios mais insalubres que o seu, mostrou-se vacilante em diversos momentos. Ao subir, fez sua obrigação.
É vergonhoso subir daquela maneira. Aliás, é vergonhoso cair. E tudo isto o G.F.P.A fez, e transformou em DVD, cinema e orgulhou-se ao ver passar na Sportv.
A sul-americana oferece um título e uma passagem pra Recopa. É a raspa da América Latina, mas são títulos internacionais, que conferem visibilidade. Dão até algum dinheiro, embora pouco. A sul-americana visa a Recopa, para o confronto com o campeão da Libertadores. Pela proposta, seria incoerente oferecer a vaga na principal competição. Mas tal qual a Copa do Brasil, deveria também ser disputada pelos clubes que disputam a Libertadores (problema brasileiro, diga-se).
É uma competição que deveria melhorar ou ser extinta. Maior premiação, mais visibilidade internacional e uma unificação dos calendários dos latinos seria um começo.
De qualquer forma, o Inter deverá ter imensas dificuldades no México, e Argentino Juniors e Estudiantes estão com força máxima. Daqui pra frente, será pedreira.
Com “A batalha dos Aflitos” o G.F.P.A estabeleceu um novo paradigma. Até torneio de botão pode ser festejado. Jogue paciência no computador, e saia pela rua buzinando. Se golear no pebolim, faça um DVD.
Assim, caso o colorado vença a sul-americana, nosso marketing deve estar atento. Preparem shows, especiais, convidem Falcão e Fernandão para dar depoimentos. Alguém poderia chorar inclusive. Vale tudo. Inclusive lembrar que a taça, se viver, tem a marca da eliminação do rival, ainda que contra seus reservas e com dois empates. Afinal, depois da “A Batalha dos Aflitos”, não há mais pudor.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O "Duda Mendonça" Colorado

De fora de todas as disputas relevantes do principal campeonato nacional, o Internacional, que há dois anos se preparava para o mundial de clubes, volta todas a suas atenções para a copa sudamericana. Até aí tudo bem, já que não há mais pretensões no brasileirão deste ano. Entretanto algumas questões devem ser analisadas. Infelizmente, a copa sul-americana (que já foi taça conmebol, supercopa e copa mercosul) nunca conseguiu ganhar o coração dos torcedores do nosso continente. A intenção é que a sul-americana equivalesse a copa da UEFA, que na Europa conta com grande prestígio. Na minha opinião, se a conmebol realmente quiser conferir a este torneio alguma valia, o campeão deve ser premiado com uma vaga para a Libertadores do ano seguinte. Pronto! Ou, quem sabe, modificar a data da disputa, trazendo-a para a mesma época em que se disputa a Libertadores. Nem a premiação é boa. Mas até hoje não ocorreram mudanças com a finalidade de abrilhantar a competição fazendo com que ela seja anualmente renegada pelos clubes. Entretanto, o Internacional está na disputa e assim como ocorreu na copa Dubaiana e na recopa, os marketeiros do Inter (vale ressaltar, muito competentes) estão tentando de tudo para fazer com que o torneio, agora, ganhe alguma importância. Deve-se notar que todos os times brasileiros, menos o Inter, colocaram os suplentes para a essa disputa. O Boca Juniors, eliminado pelo colorado, também disputou o torneio com os reservas, "detalhe" este que foi pouco lembrado pela imprensa gaúcha. Em suma: para a maioria dos clubes a sul-americana não é a prioridade, claro, até o momento em que não sobre nada mais para disputar. A questão é que do dia para noite, a antes renegada competição, uma vez que o próprio Inter colocou os reservas contra a U. Católica, passou a ser citada juntamente com termos do tipo “façanha", "guerra", "épico". Bem coisa do Duda Mendonça colorado. O mesmo que incrivelmente conseguiu fazer do "título" de Dubai contabilizável como "títulos do Inter de 2008".
A verdade é que a sul-americana, infelizmente, não vale absolutamente nada. Por incompetência da conmebol, conforme já referido. Mas, apesar disso, tenho certeza que no final do ano teremos uma grande final no Beira-rio, enfeitada pelo marketing competente do Inter, a ponto de ter alguns dirigentes bradando que o “épico” título conquistado na “guerra” da copa sul-americana vale mais que uma vaga para a Libertadores. E vai ter gente que vai acreditar! Palmas para o Duda colorado por mais essa "façanha". Ele merece.

sábado, 8 de novembro de 2008

Acontecimentos

Devido ao alto número de fatos relevantes que aconteceram nos últimos dias, vou tentar comentar todos os assuntos sucintamente, a fim de delimitar idéias gerais sobre os tópicos. Vamos lá:
- Barack Obama é o primeiro presidente negro da história dos Estados Unidos, um dos países mais racistas do planeta. Obama é mais que um presidente, ele entra para a história como um mito. Será para sempre lembrado, independente do seu governo. Evidente que a população deposita grande esperança em Obama, mas só o fato de chegar à presidêncoa o alinha com os grandes personagens da história norte-americana, como Abraham Lincoln, Martin Luther King e John Kennedy. Resta saber se a gerência do Executivo norte-americano que Obama irá praticar satisfará as expectativas gerais.
- O São Paulo ganhou hoje da Portuguesa e reverteu o quadro anterior que citei no Blog; passa a ser agora o favorito para ganhar a competição. O futebol apresentado, os dois títulos anteriores e a estrutura do clube do Morumbi o credenciam para a façanha. Enquanto isso, no Olímpico, o Grêmio se afunda em protestos de torcedores, lesões, suspensões e discussões entre seus quadros. Tudo isso, porém, mudaria de figura com a uma vitória amanhã sobre o Palmeiras, em São Paulo. Vamos ver como se comportará o time de Celso Roth.
- O G-20 se reúne em São Paulo, mais precisamente no Hotel Hilton, para discutir a crise financeira que abala o sistema de crédito mundial. Os países emergentes (BRIC - Brasil, Rússia, Índia e China) reclamam uma maior participação nas decisões realmente importantes tomadas pelos agentes econômicos estatais; além disso, o Brasil também espera que o BRIC tenha assento no G-7, grupo dos sete países mais ricos do mundo. O diretor do Banco Mundial disse que concorda com a idéia. Entretanto, teria legitimidade para palpitar em deliberações mundiais juntamente com líderes de países como França e Alemanha um país com tantos problemas como os nossos? Não acredito.
P.S.: assertiva exposta no discurso do G-20 do nosso Presidente: "O princípio da não-intervenção do Estado na economia fracassou".

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Deu a lógica


O último final de semana de outubro de 2008 marcou o fim das disputas políticas municipais pelo país, fechando de vez os nomes que comandarão nossos municípios nos próximos 4 anos. Ao contrário de outras disputas passadas a atual não trouxe resultados surpreendentes em Porto Alegre, São Paulo e no Rio de janeiro.


Comecemos pela cidade maravilhosa. Apesar do susto, Eduardo Paes do PMDB derrotou o “verde” e simpático Gabeira. Resultado que apesar de apertado (50,83% x 49,17), era a lógica no Rio.

Já em São Paulo, maior colégio eleitoral do Brasil, apesar de também não ter ocorrido surpresa no vencedor do certame, o “placar” chamou a atenção. Gilberto Kassab do DEM impôs uma sonora derrota à Marta Suplici do PT (60,72% x 39,28%). Este resultado tem grandes significados políticos, tendo em vista a constante, e decisiva, participação do provável futuro candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra, na campanha vitoriosa de Kassab. Este resultado demonstra, pelo menos em um exame preliminar, que a disputa pelo Governo Federal de 2010 apresenta sinais de que será muito disputada.


Por aqui, a lógica se confirmou. E com folgas. Se havia ainda alguma dúvida de que a dinastia petista não existe mais em Porto Alegre, ela acabou por ser fulminada pelo resultado desta eleição. O Partido dos Trabalhadores, depois de 16 anos no poder, amarga a segunda derrota seguida na capital. Pode-se concluir a partir desse resultado, que nos últimos 5 anos ocorreu algum fenômeno que redefiniu a opção política da cidade. De um petismo que parecia imbatível até pouco tempo atrás, verifica-se agora um enfraquecimento muito grande do PT, a ponto da candidata Maria do Rosário, mesmo com LULA ajudando na reta final, não ter nem “chutado a gol” contra a meta de Fogaça, que, por sua vez, ao natural tocou 20% a mais de votos que a petista, confirmando a preferência dos porto-alegrenses pelo “poeta” para os próximos 4 anos.

Acho que era isso para o momento. Análises muito complexas não servem muito agora. Como no futebol, onde o que o que vale mesmo é bola na rede, na política o que vale mesmo é voto na urna e pronto. Programa político parece não estar mais surtindo efeito nas pessoas. Ataques pessoais ao seu oponente parecem surtir efeito inverso. As pessoas não querem mais saber de baixaria eleitoral, querem mesmo é resultados efetivos, sem muito alarde de preferência.

Mais uma eleição se passa. Apesar da desilusão com a política de uma maneira geral, pelo menos, nestes domingos de eleição, se pode sentir aquele agradável ambiente de Democracia nas ruas.

sábado, 25 de outubro de 2008

Quase Lá

O Campeonato Brasileiro vai chegando ao fim e o Grêmio vai se aproximando do seu objetivo maior, quer seja, o título de Campeão do Brasil. Nesta última rodada, o Tricolor abriu três pontos de vantagem para o segundo colocado, o São Paulo, ainda com sete partidas a serem realizadas por cada time. Na teoria, uma distância não muito grande. Na prática, porém, observa-se que é uma vantagem consolidada, a qual dificilmente será alijada do clube gaúcho.
Para chegar a tal terminação, basta analisar a tabela de classificação e os jogos restantes do Grêmio, partindo do pressuposto que o Tricolor só depende de si para ser campeão, ao contrário das outras equipes. Hoje, o cálculo para chegar ao título é de setenta e quatro pontos; o Grêmio tem cinqüenta e nove, faltando, portanto, quinze pontos em vinte e um que serão disputados. Vejamos, assim, os adversários dos gaúchos na empreitada, bem como o mando de campo.
Figueirense, Coritiba e Atlético-MG serão os rivais dentro dos domínios tricolores. É perfeitamente possível conquistar três vitórias nessas partidas, somando, assim, nove pontos. Os três adversários são menos times que o Grêmio e, além do mais, no Olímpico, o mandante tem se mostrado praticamente imbatível. Ganhando, desta forma, as três partidas, faltariam seis pontos em doze disputados fora de Porto Alegre.
Em terras estrangeiras, o Grêmio jogará contra Cruzeiro, Palmeiras, Vitória e Ipatinga. As duas primeiras partidas serão árduas, visto que o embate se dará entre aspirantes diretos ao título. Em compensação, nos dois últimos jogos, o Tricolor enfrentará dois adversários que, além de jogarem menos que o Grêmio, já terão perdido a motivação para vencer; o Vitória não tem mais chances de ir à Libertadores e o Ipatinga é um virtual rebaixado. Possivelmente, nas últimas três rodadas, essas situações vão ter se concretizado, revertendo em benefício ao clube gaúcho. Vencendo esses dois jogos, portanto, o Grêmio alcançaria os tão sonhados seis pontos e seria campeão com tranqüilidade.
Algumas pessoas argumentam, a fim de sustentar a tese de que o Grêmio não será campeão, que o time vem jogando mal. Ao meu modo de ver, a assertiva está correta; entretanto, a extraordinária campanha tricolor do primeiro turno, com incríveis setenta e dois por cento de aproveitamento, viabiliza os tropeços do momento. Em outros termos, o Grêmio não precisa jogar bem para ser campeão; já chegamos ao final do campeonato e o que vale é os três pontos. Por isso, o triunfo sobre o rival, ainda que sofrido, como o que aconteceu diante do Sport na última rodada, é o mais importante. Além do mais, em um certame tão longo, ninguém consegue manter o mesmo padrão de jogo durante as trinta e oito rodadas.
Dessa forma, para minha tristeza, vislumbro como muito grandes as chances do Grêmio chegar ao título do Campeonato Brasileiro. Somente uma reviravolta muito grande poderia fazer com que isso não acontecesse. Assim espero...

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Jeitinho brasileiro


Pela pertinência do tema, tomo a liberdade de compartilhar com os leitores do blog o desabafo acerca da sociedade brasileira, feita pelo meu irmão. O Fábio era amigo do rapaz morto na festa ocorrida na ASFINTER no fim de samana passado. Então, utilizo este espaço para dividir com vocês o texto.

Jeitinho brasileiro - 23/10/2008

Essa semana vimos inúmeras tragédias acontecerem no país, tudo começou com o seqüestro da menina Eloá em Santo André, depois para a trágica morte causada por uma bala “perdida” sobre um estudante de direito na asfinter em Porto Alegre. Assistimos ao vivo em rede nacional a incompetência da policia brasileira, o controle que o crime tem sobre o Brasil e a total falta de segurança que assombra a todos.
Tento não culpar Lindemberg ou a policia, até mesmo o covarde que atirou três vezes em direção a uma festa com 3 mil pessoas. Culpo a nós mesmos. A sociedade Brasileira continua crescendo e junto com ela, também a sua violência e impotência da população que vê suas vidas serem tiradas pelas armas de criminosos. Vivemos em um país sitiado pelo crime. Pensávamos que tiros e balas perdidas eram fatos que somente aconteciam nos bailes funks das favelas do Rio de Janeiro, mas agora sentimos na pele que também estamos sujeitos a isso até mesmo nas festas em que freqüentávamos na cidade, poderia ter sido qualquer um, até eu. Atribuo o causador de todos esses problemas, não somente a falta de policiais, que mal pagos, mal treinados e sem recursos não possuem capacidade de combater o crime nas principais cidades brasileiras, mas principalmente a educação que nossa sociedade passa para seus filhos. Crescemos com a idéia de que o brasileiro é malandro, que sempre faz as coisas pelo lado mais fácil, onde passar os outros para traz não é defeito, e sim qualidade, o velho “jeitinho Brasileiro”. Esse jeitinho que faz o Robinho pedalar e nossas mães chorar.
O Brasil é um país lindo, geograficamente perfeito, temos ouro, água, petróleo e estamos distantes dos desastres naturais, porem, não percebemos o verdadeiro problema, o seu povo. Temos tudo nas mãos mas não sabemos usar, fazemos mal feito, de qualquer maneira com muita malandragem e pouca competência. Onde estão os políticos de verdade? Talvez ocupados descobrindo um novo golpe para desviar dinheiro para suas cuecas imundas. Por que esse congelamento intelectual? Onde estão os Getúlios e bons políticos? Vejo um futuro negro para a nação, a ausência de governantes que ao invez de usar seus cargos como uma forma de melhorar o país, usufruem deles apenas para visibilidade própria ou um bom salário. Até quando vamos eleger Tarcisos, Brasinhas, Greminhos e gaúchos da copa? É esse é o Brasil, onde somos malandro e tudo é piada até política.
Infelizmente estamos virando uma nação acostumada com a incompetência, onde as mortes e os crimes viraram apenas mais uma manchete de jornal na semana, que nos próximos dias será substituída por outro escândalo ou perdera espaço para mais um drible de Robinho. Até quando vamos morrer jovens, seja da arma de um bandido ou policial corrupto? Quando vamos nos preocupar com o que realmente interessa? Enquanto não fazemos nada para mudar essa mentalidade continuamos lendo as mesmas tristes manchetes, mais um filho morto, mais um amigo morto. Esse é o ”jeitinho Brasileiro”.

Ass: Fabio Conceição

sábado, 18 de outubro de 2008

A Crise do Capitalismo Financeiro e Nova (?) Ordem Mundial

Os leitores do blog já devem ter percebido, após alguns meses de vida do (Gol)pe de Estado, que sou um cidadão que gosta de teorias. Para qualquer situação da existência humana busco uma fundamentação teórica que dê embasamento aos fatos, sejam estes passados, presentes ou futuros. Quando estas teorias dizem respeito à Ciência Política e suas decorrências, então, aí sim é que as questões se tornam mais interessantes e controversas.
Nesse sentido, já que estamos passando por um momento de extrema importância no cenário político-econômico mundial, resolvi falar um pouco do assunto aqui no blog. As teorias que balizam o entendimento majoritário dos países sobre essas situações estão em xeque; diversos governantes mudaram suas posturas diante do crash. Assim, me proponho a elaborar uma visão geral do assunto, o que faço nos termos a seguir.
As teorias político-econômicas clássicas apresentadas, notadamente, por Adrian Smith e Karl Marx, foram chamadas de Liberalismo e Marxismo (Comunismo/Socialismo), respectivamente. O meu propósito, neste post, não é adentrar nos meandros de cada idéia, até porque isso levaria muito tempo. O que é necessário saber, por ora, é que o Estado Liberal seria aquele no qual a intervenção estatal seria mínima, deixando a cargo do mercado a função de regular a economia, respeitando a propriedade privada e a liberdade para contratar. Já o Estado Marxista pregava uma maior presença do Estado nas questões econômicas, tendo o mercado um papel coadjuvante no contexto social; a coletividade deveria se apropriar dos meios de produção.
O que se viu ao longo da história foi uma grande dissidência relacionada à aplicabilidade dessas teorias, gerando um conflito entre os apoiadores de cada lado. Após passar por muitas crises, sendo a principal delas a de 1929, a teoria liberal consolidou-se através do chamado Capitalismo Financeiro, sistema que começou a se fazer presente nos anos 90. A teoria socialista ruiu junto com o Muro de Berlim, em 1989, representando a queda do país que mais se esforçou em estabelecer os institutos comunistas, a União Soviética.
A partir de então, o mundo pareceu estar convencido do sistema que deveria vigorar; a Globalização foi um fenômeno que consolidou a vitória liberal e gerou uma suposta unanimidade entre os países. O fim da história foi decretado e uma Nova Ordem Mundial estava instaurada. A sociedade não precisava mais de teorias político-econômicas; só haveria de existir uma, a vitoriosa teoria liberal, e quem não se alinhasse ao sistema sofreria graves conseqüências (vide Cuba).
Chegamos, então, ao ano de 2008 e o cenário é este: bolsas quebrando, crise mundial de crédito e uma tremenda preocupação com o futuro. Numa decisão histórica, os governos da Inglaterra e dos Estados Unidos, contrariando as suas orientações ideológicas, injetaram bilhões na economia e salvaram várias conglomerados financeiras da falência, representando uma intervenção histórica. Este setembro de 2008 será lembrado com a mesma importância que 1929: o dia em que, mais uma vez, o mercado se curvou ao Estado.
Mas afinal, aonde erramos? Será que confiamos demais em instituições que antes se mostravam quase perfeitas? Me parece que sim. Ficou claro que a sociedade não pode depender do humor dos investidores e especuladores. Mas também acredito que não é razoável que o Estado intervenha da forma imaginada pelos socialistas. Um meio termo diferente do well-fare state europeu precisa ser imaginado. Um modelo econômico que proteja a liberdade e a concorrência, mas ao mesmo tempo que fiscalize a atuação dos agentes econômicos.
Para mim, a grande lição que fica dessa situação é que não existe teoria que não seja desbancada pela realidade. Por mais que aprecie o cientificismo, devo admitir que os fatos ensejam uma conduta mais relativizada. O homem é ele e suas circunstâncias; pois eu acredito que o homem é ele, suas circunstâncias e suas contradições. A realidade faz com que a sociedade se contradiga a todo momento e devemos aprender a conviver com isso.




domingo, 12 de outubro de 2008

Eleições na terrinha

Encerrada a temporada de futebol, resta-me adentrar no campo político do blog.
Sabemos as ligações deste blog com a velha “Big River”. Ainda como morador destas terras, penso que caiba uma análise apurada – e, se possível, isenta – do processo eleitoral transcorrido por aqui.
“Com Fábio Branco, mais uma vez”. Este não foi o jingle que dominou a campanha eleitoral, mas acabou sendo o vencedor.
Fábio Branco apresentou uma coligação de 11 partidos (PMDB – PSDB – PPS – PTB – PSB – PDT – PHS – PRB – PR – PSC – PP), e, se não estou errado, 139 candidatos a vereador, aproximadamente 12 minutos de propaganda eleitoral, e obras espalhadas pela cidade. Assim, como se não bastasse a força de seu sobrenome, a lembrança positiva de sua administração pela maioria dos riograndinos, Fábio Branco teoricamente contaria com 139 equipes a seu favor. Teoricamente, se 139 candidatos a vereador, com uma média de 3 apoiadores “não familiares” por cabeça, se dedicam a tua campanha, tu és imbatível. Na prática, muitos candidatos não têm estrutura e outros não fizeram campanha para a majoritária da coligação. Ainda assim, os candidatos de maior estrutura participaram ativamente da campanha de Fábio Branco.
O programa eleitoral do PMDB foi, certamente, em minha opinião, e com total respeito aos produtores, extremamente fraco, especialmente no primeiro mês de campanha. O tempo privilegiado foi usado com minutos e minutos de músicas e imagens repetitivas. O jingle foi o mesmo das três campanhas anteriores, com leves adaptações. As imagens de fundo foram as obras da Presidente Vargas e da XV de Novembro, já exploradas em campanhas anteriores, e que, atualmente, devem render votos circunscritos aos habitantes das respectivas regiões.
“Ele voltou”. “Ele você conhece, nele você confia”. Estas foram as principais frases utilizadas pelas apresentadoras do programa (as mesmas de três campanhas!). O uso irregular de propaganda em ambulâncias, ocorrido em 2004, e motivo da renúncia da candidatura de Fábio Branco e de sua condenação foi explorada como uma “injustiça”. Certamente esta estratégia não foi exitosa para os eleitores mais esclarecidos.
Em fundo escuro, com a voz embargada, e o olhar choroso, Fábio Branco lembrou do tio, Wilson Branco, momento que teve uma receptividade negativa muito forte na comunidade. De lado a lado, existe um respeito muito grande pela memória do ex-prefeito, morto nas vésperas das eleições de 2000. Mas o uso constante de sua imagem para fins eleitorais tem mais desgastado seus familiares do que gerado apoio.
A P-53 foi explorada como uma conquista do governo Branco para a cidade de Rio Grande, muito embora seja uma contradição tremenda a família Branco afirmar isto e ter estado sempre ao lado dos candidatos do PSDB à Presidência, estes compromissados com políticas que afastavam estes investimentos do Brasil.
Onze partidos, grandes nomes ao legislativo municipal, 12 minutos de propaganda eleitoral, dois deputados estaduais e um federal ao seu lado, e Fábio Branco saiu vencedor das urnas, com uma redução de quase 25% do eleitorado de 2004, obtendo 60.471 votos, com 9 vereadores de sua coligação eleitos.
Dirceu Lopes, da Frente Popular (PT – PC do B – PTC) obteve 46.274 votos, a maior votação da história da esquerda de Rio Grande. Quatro vereadores da coligação foram eleitos. Com pouco mais de 4 minutos de propaganda eleitoral e apenas 20 candidatos a vereança, as intenções de voto aumentaram muito com as inserções do apoio do Presidente Lula, um privilégio que não ocorreu em muitas outras cidades.
Ex-vereador do Rio Grande, ex-secretário do governo Olívio Dutra e do governo Lula, Dirceu Lopes teve imensas dificuldades em se fazer lembrado novamente pela comunidade. A campanha pemedebista percebeu isto e explorou ao longo do pleito o fato de Fábio Branco ser morador do Rio Grande, e Dirceu não, ligando isso a uma suposta incapacidade de governar a cidade. (daí que devemos perguntar se os atuais governantes de nossa cidade moram mesmo aqui, dado o estado insatisfatório, ao menos por mim assim considerado, da qualidade de nossos bairros).
Com baixo orçamento, os programas eleitorais da Frente Popular foram propositivos, deixando de lado a postura agressiva adotada em 2004.
Contudo, seriam outros dois fatos os mais prejudiciais a candidatura de Dirceu Lopes.
Ao surpreendente crescimento das intenções de voto pró-Dirceu sucedeu-se o episódio dos tiros e pichações em uma das sedes centrais do PMDB. Além disso, horas antes do debate da RBSTV, a coligação de Fábio Branco inseriu denúncias, em horário nobre, contra Dirceu Lopes, que acabaram por gerar um forte direito de resposta da Frente Popular, concedido no dia seguinte.
Estes lamentáveis fatos, cujas repercussões foram extremamente negativas ao candidato petista, estancaram um crescimento surpreendente da candidatura da oposição.
Philomena, do PV, novamente cumpriu seu papel, oferecendo propostas alternativas, tentando fazer frente à polarização PT-PMDB. Contudo, diminuiu quase em 50% sua votação em comparação com 2004. Talvez o candidato já tenha nome consolidado para uma disputa tranqüila pela vereança, podendo discutir suas propostas no cotidiano, e não somente de 4 em 4 anos.
Rubens Goldenberg (DEM) e Carlinhos Pescador (PSOL) ficaram abaixo dos mil votos.
Só posso desejar um bom governo ao prefeito eleito (uma vez isto significa uma vida melhor para os riograndinos) na certeza de que terá fiscalização dobrada na Câmara de Vereadores nos próximos quatro anos.

sábado, 11 de outubro de 2008

Funil

O campeonato brasileiro está chegando ao seu final. Faltando nove rodadas, a tabela de classificação mostra o Grêmio em primeiro lugar, seguido de perto pelo Palmeiras e ,um pouco mais longe, pelo Cruzeiro e pelo São Paulo. A diferença do Grêmio para o São Paulo é de apenas quatro pontos. Isso mostra o quão equilibrado está o certame; desde o advento dos pontos corridos, este é, sem dúvida, o embate mais emocionante. Dessa forma, passo à análise individual dos quatro postulantes ao título do campeonato de futebol mais importante do país.
O Tricolor gaúcho, ao meu ver, é o favorito. Digo isso baseado em situações empíricas que julgo favoráveis aos Azuis. A primeira delas é o técnico Celso Roth; sem inventar, colocando o jogador apropriado para cada posição, mesmo em caso de lesão, o comandante é responsável direto pela organização tática da equipe. O segundo fator importante é a competência da direção. Os cartolas disponibilizaram uma fartura de bons jogadores e acrescentaram mais qualidade com garotos vindos das categorias de base. Maior exemplo disso é Douglas, que entrou no time para não sair mais. Em terceiro lugar, destacaria o fator sorte. Não sou fiel à teoria de que todo sucesso se deve ao acaso, mas me sinto obrigado a reconhecer que o Grêmio, no campeonato brasileiro, está com "sorte de campeão", citando o jargão futebolístico. O fato mais representativo dessa situação é a tabela de jogos. Após ser constrangedoramente goleado no clássico, o Tricolor, no seu momento mais difícil, aonde precisava renascer das cinzas, mostrou possuir uma afortunada estrela. Dois jogos em casa, o primeiro contra um Botafogo desestabilizado e sem o seu artilheiro e depois uma partida fácil contra um irreconhecível Santos foram suficientes para relançar o Tricolor ao primeiro posto. Além disso, na próxima rodada, o Grêmio pega a Portuguesa, candidata ao rebaixamento, enquanto São Paulo e Palmeiras se enfrentam. Não há demérito nenhum nisso, pelo contrário; futebol é momento e quando o Grêmio mais precisava de jogos fáceis e do apoio de sua torcida, aconteceu. Sorte dos Azuis que ganharam os dois jogos e voltaram à primeira posição.
Serguindo a tabela, encontra-se o Palmeiras de Wanderley Luxemburgo, a mais perigosa ameaça ao sonho gremista. Com um elenco caro e contando com os serviços do melhor treinador do país, os Verdes jogam o melhor futebol do país, ao meu ver. Entretanto, se quiser sair vencedor em dezembro, o Palmeiras precisará aprender a ganhar fora de casa, algo que não vem conseguindo fazer ao longo deste campeonato. O empate contra o Figueirense no meio de semana foi sintomático.

Quanto ao Cruzeiro, confesso que é uma incógnita pra mim. Os poucos jogos que assisti da Raposa neste ano foram muito claros ao mostrar uma equipe nada mais do que média. Não compactuo com a opinião de que Guilherme é um craque, por exemplo. Mesmo assim, ao estilo mineiro, o Cruzeiro vai angariando bons resultados e ocupa a terceira posição.
Em quarto lugar aparece o São Paulo do nosso velho conhecido Muricy Ramalho. Bom e velho Muricy; quem começou a conquistar os grandes títulos de 2006 do Internacional foi ele e seu grande trabalho no Colorado. Mas isso é papo para outro post. Em se tratando de Tricolor paulista, acredito no potencial deste time. Deve incomodar nas últimas rodadas; não faz muito estava uns dez pontos atrás do líder. Agora são somente quatro. Se Grêmio, Palmeiras e Cruzeiro vacilarem, podem apostar que os são-paulinos faturam.
Portanto, é fácil observar que a briga será acirrada até o final da competição. A medida que o campenato afunila, poderemos ter uma visão mais clara do campeão. Joguem suas fichas!
P.S.: o Gre-nal foi apenas um lampejo de bom futebol; esse Internacional é o mesmo que tomou quatro do quase-rebaixado Vasco da Gama e perdeu do glorioso Ipatinga.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Fogaça, Douglas Costa e Clemer

O Rio Grande do Sul viveu um fim de semana cheio. Os gaúchos foram às urnas e escolheram seus representantes políticos municipais, ou, como aconteceu em algumas cidades, definiram quais candidatos disputarão a finalísima. Rio Grande (big) manteve a "dinastia" Branco, enquanto na capital, a tendência se concretizou. Fogaça e Maria do Rosário irão disputar o 2º turno. Entretanto, não vislumbro, pelo menos por enquanto, chances de vitória da candidata petista. A votação feita pelo atual prefeito foi avassaladora. Fogaça obteve incríveis 43% dos votos dos porto alegrenses, uma vantagem sensacional, praticamente garantindo seu segundo mandando, tendo em vista que, quem votou no candidato do PMDB não vota, com certeza, em Maria do Rosário, do PT. Basta agora aguardarmos as tão esperadas alianças políticas para o segundo turno, o que definirá quem vai sair campeão do pleito.

Um pouco antes, no sábado à tarde, o Grêmio voltou a vencer, com as calças na mão, diga-se de passagem. Mas o fato mais relevante deste jogo foi a estréia de Douglas Costa. Promessa gremista. Um pouco tímido, mas quando tocava na bola ficava claro a sua diferença perto dos outros 21 jogadores em campo. Não foi a toa que o "neguinho" fez o gol de empate, e armou todas as jogadas perigosas do Grêmio. É pouco ainda para dizer se será um craque, haja vista as inúmeras estrelas que surgem e acabam não vingando. Mas, depois de uma derrota terrível sofrida domingo passado, o torcedor gremista viveu um sábado mais leve e voltou a ter esperança na conquista do tri campeonato, ao mesmo tempo em que viu surgir um possível craque.

Encerrando os personagens do fim de semana, não há como passar batido o maior goleiro da história colorada. Sim, é ele, Clemer! Me impressiona o fato de que depois de, sei lá, 20 anos de carreira, ainda não se sabe se Clemer é (foi) um bom ou ruim guarda metas. Clemer é capaz de defender uma bomba de Deco no ângulo, na final de um mundial, mas também é capaz de chutar nas costas de Dimba e a bola entrar em seu gol. Clemer é capaz de fazer defesas milagrosas e logo em seguida chutar de rosca para trás e fazer um gol contra bizonho. Neste sábado, Clemer protagonizou, juntamente com Índio, seu coadjuvante na lambança, um dos momentos mais bizarros dos últimos anos, talvez o lance que tenha definido a partida, uma vez que naquele momento o Inter vencia o jogo por 1x0. O Coritiba empatava ali e terminaria vencendo o jogo de 4 x 2, dificultando muito o sonho vermelho de disputar a Libertadores de América no ano de seu centenário.

Fogaça, Douglas e Clemer, os personagens do final de semana gaúcho!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

O debate de Luciana


Como este espaço é, espero, democrático acima de tudo, peço permissão para expressar minha opinião acerca do debate ocorrido nesta noite, na RBS. Já antecipo que meu voto, por pura convicção política, não será de Luciana Genro, mas não tenho como não admitir minha admiração pela socialista. Luciana foi a figura que mais se destacou no debate de hoje, composto por José Fogaça, Maria do Rosário, Onix, Marchesan e Manuela. Muito combativa, Luciana Genro não deu folga para os outros candidatos. Cutucou os erros e as contradições do passado político de seus oponentes, deixando-os em várias oportunidades em situação de desconforto. Atacou muito bem Maria do Rosário, vinculando-a a questões políticas negativas relacionadas ao governo Lula, como a corrupção e as votações no congresso onde os deputados petistas são obrigados a votar no sentido escolhido pelo partido. Cobrou com dados precisos alguns defeitos estruturais do governo fogaça, como falta de investimentos em saúde e educação e o excesso de dinheiro público destinados à propaganda. Criticou muito bem a partidarização dos órgãos públicos com cargos de comissão. Mas, além dessas críticas pontuais, Luciana, a meu ver, tem a melhor oratória no que se refere ao estilo político de ser. Não se apavora frente às câmeras, sempre segura, valente, argumentativa. Já admirava a candidata do PSOL antes. Expulsa do PT por não ter se ajoelhado aos mandamentos do alto escalão do partido. Nessas eleições, a atuação como uma política forte de Luciana me agradou muito. Penso eu que a socialista vai continuar a incomodar muita gente ao longo de sua carreira. Inclusive gente da família

a aldeia.

infelizmente fui apresentado exatamente do jeito que eu pedi para não ser, pelo stefan. provavelmente vou frustrar as expectativas dele, tanto do extremismo quanto da freqüência. pelo menos ele me deu sinal verde pra eu mandar as maiúsculas às favas, coisa que ele diz que é uma marca registrada minha e que outro amigo meu diz que é marca registrada de todos publicitários, o que eu sou.

não deixa de ser oportunismo eu aproveitar (?) logo um repé de goleada pro inter pra postar sobre isso. portanto, antes de mais nada: não, eu não estou me referindo ao jogo de domingo. nem vou citar a análise do jogo, porque eu concordo 100% com o thiago (?!), mesmo achando que foi, sim, pênalti. não mudaria nada, mas foi pênalti.

enfim.

identidade cultural é uma coisa que faz balançar o rio grande do sul entre dois países: o brasil e a hermanolândia. quem nos chama de argentinos tem lá seus motivos, e não falo aqui dos gremistas, mas sim dos gaúchos em geral. imagino que isso possa provocar a ira de alguns colorados, mas não me refiro ao comportamento das torcidas, e sim à verdadeira origem do gaúcho. e não é por menos: tordesilhas custou a nos colocar no lado português da américa latina.

bairrismo, então, é uma questão forte pra nós. acima do rio - não o de janeiro, mas o mampituba, mesmo - é tudo baiano. e é uma questão forte pros baianos, também: algo a ser combatido. no fundo, tenho certeza que nos maiores momentos de raiva contra a nossa própria arrogância sulina, o brasileiro regular também tem saudades do separatismo. se safariam assim de engolir grossos como o dunga de 94 e o felipão de 2002.

eu tenho medo da paranóia. juro que me seguro pra não sair bradando que estão, mesmo, roubando de nós. e é difícil saber se a merda é sincera ou não, porque não depende de ti, e teoria da conspiração é o que não falta nesse mundo.
mas uma hora a diarréia sai. são anos, já. quem é mais velho que eu jura que eu sou piá nessa história, quando digo que aturo o grêmio sendo roubado desde 96. e eu acho que eles têm razão. eu só não aturo há mais tempo porque eu passei a gostar de ver futebol quando morei fora do país, entre 93 e 95. nunca vou me esquecer da semifinal da copa do brasil de 96, gol do jardel com um zagueiro palmeirense dentro do gol. anulado.

2005 ajudou, mas em termos. ainda acho emocionante que alguns colorados não admitam a possibilidade de haver maracutaia. por exemplo, nunca vi ninguém concordar comigo com a idéia de que o inter praticamente garantiu o título são-paulino no brasileirão de 2006: um time que tinha investido tanto naquele ano não poderia ficar sem uma taça importante, e já que o bi mundial consecutivo havia morrido, tinha que se encontrar outro caminho. eu lembro de vários, mas vários mesmo, lances milagrosos a favor do tricolor paulista naquele ano, um jogo após o outro. e não foi só isso. a dupla gre-nal, que disputava o título aquele ano, foi sorrateiramente garfeada o tempo todo. o grêmio mesmo foi especialmente sacaneado no jogo contra o são paulo no olímpico, em outubro. o lance mais emblemático foi uma falta sobre o rafinha feita pelo último homem do são paulo, próximo à grande área. seria no mínimo lance pra cartão amarelo, mas a falta sequer foi marcada.

foi por causa daquele lance que eu comecei, na "minha" coluna do semcaneleira.com, a me referir ao campeonato que a dupla gre-nal jogava como Brasileirão Plus, uma edição especial do Campeonato Brasileiro, com nível de dificuldade maior. e é por causa de vários lances da mesma família daquele que este ano eu estou tendo que perder o medo de incorrer na paranóia e dizer de novo: estamos sendo roubados.

foi foda ficar sabendo que domingo à noite, no terceiro tempo, da band, o milton neves foi "intimado" pelo godói e o marcelo tas, do cqc, a revelar aquilo que o evandro román disse a ele nos bastidores sobre o grêmio. a frase, pelo que consta, seria "eles não vão deixar o grêmio ganhar. e nem chegar à libertadores. 5º lugar já tá bom pra eles". como eu disse, não acredito que houve roubo no grenal, mas nos dois jogos anteriores houve claras negligências ao tricolor.

até pouco tempo atrás, eu ainda estava vendo que havia erros pra mais e pra menos. o grêmio com o gol ridículo contra o são paulo, em oposição a uma série de jogos do início do campeonato (flamengo e santos, por exemplo); o inter e 3 ou 4 gols em impedimento, acho que todos eles do nilmar, em contraponto a lances ridículos como o pênalti contra o atlético paranaense. mas o brasileiro começou a chegar na reta final e a coisa começou a ficar preocupante. pra sorte dos baianos, fica mais fácil roubar de um time que apresenta queda de rendimento.

o Brasileirão Plus chega na sua edição 2008. é só mais uma coisa pra reforçar o sentimendo de que a gauchada joga o campeonato como um convidado indesejado, filhos bastardos. e pior: ousa estragar a festa. a aldeia dos gauleses, aquela maldita resistência, os caras que deveriam fazer parte de outro país.
pelo menos ver aquela quase-denúncia ao vivo na televisão trouxe um alívio: não somos paranóicos. somos apenas otários. não sei mais se isso é melhor ou é pior.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Novo Autor

O Vinícius aceitou a missão: ser o gremista polêmico que faltava ao (Gol)pe de Estado. Ainda que, por falta de tempo, ele postará esporadicamente, em ocasiões especiais, é mais uma grande contribuição para o Blog. Publicitário e músico, o Vinícius balanceará as postagens do Blog, tendo em vista que eu e o Bruno somos mais prudentes, ao contrário do Thiago e, agora, do Vinícius. Bem-vindo!

O Anti – Segredo

Disse-me um cidadão: “tu te guias pelo anti – segredo”.
Vocês manjam do tal “o segredo”? Um engodo bizonho: se o cara pensar positivo, atrai as coisas. Pois estou na contramão.
A força do pensamento negativo é vital para min. Absolutamente quando penso que as coisas não vão dar certo, elas dão. E o oposto é verdadeiro.
Postei que o colorado perderia, empataria, e tal. Não fazia previsões tão pessimistas desde dezembro de 2006, quando fui tomado por um otimismo entorpecente. Afinal, com Adriano Gabiru fazendo o gol de um título mundial... Desde então virei um otimista. E desde então...
Eu disse que não ia dar certo. E deu. Tudo está no seu lugar.
É claro que existem respostas menos egocêntricas ou pseudo-filosóficas do que “fui pessimista, me agradeçam”. Podemos dizer “tu não manjas nada de futebol meu guri”. Prefiro a primeira, é claro.

Vamos ao jogo.

Celso Roth, que é responsável pela bela campanha gremista no 1º turno, foi lamentável (ou, dependendo da perspectiva, brilhante). Escalar dois jogadores lesionados num clássico? Não é profissional.
Contudo, o Grêmio não estava mal. Os defensores venciam Nilmar na velocidade. E o meio campo gremista, mesmo num 3 – 5 – 2, impedia a saída de bola colorada e induzia Guiñazu ao erro. Aliás, uma estratégia inteligente. O posicionamento gremista fez Guina errar passes, e todos sabem que é dali a única saída qualificada do Inter.
Mas veio o gol colorado. Fortuito na jogada, mas coroado pela individualidade de D´alessandro. É nessas horas que ter um D´alessandro, e não ter um qualquer, faz bem.
O empate gremista veio num lance de má organização do Colorado. Guiñazu é excelente, mas não é literalmente dois. Tcheco ficou livre e chutou sem olhar para o gol. Sinceramente não gosto deste jogador. É quase preconceito. E novamente não vi o golaço que tantos viram. Ele não olha pro gol, bate a meia altura. Não foi uma bomba. Pesou a idade do Clemer. Lento, pegaria em outros tempos.
O Grêmio criou, o Inter criou, e víamos um grenal ofensivo como jamais presenciei. Ofensivo sem faceirices. Um excelente jogo.
O equilíbrio cessaria no segundo gol colorado. D´alessandro foi esperto, viu a orientação do árbitro, e tocou pro Alex. Um tiro indefensável, a queima roupa, o que isenta o bom goleiro Vítor. Nenhum azul posicionou-se na frente da bola. Nenhuma atenção ao lance. E percebíamos que uma equipe estava mais focada.
O restante do primeiro tempo mostrou um Inter de muita raça. E um Grêmio sem muito brio. E mais. Nos embates individuais, foi pesando a superioridade colorada. 4 x 1, grandioso.
No segundo tempo o Colorado foi decepcionante. Jogos assim são para golear. A postura gremista foi surpreendente e inaceitável para sua torcida. A do Inter também, mas, convenhamos, caberia ao Grêmio tomar a iniciativa.

Arbitragem

O Inter deveria ter atuado com 1 a mais no segundo tempo. Edinho foi injustamente expulso. Havia motivo para expulsar o banco de reservas do Grêmio, e também do Inter. Até expulsar jornalistas. Mas o Edinho? Foi sacanagem. Dizer que é pra apaziguar o jogo é balela.
Não há reparos aos gols colorados.
Houve pênalti no Marcel? Sinceramente, não sei. Fosse a favor o Inter, eu diria que sim. Então compreendo os gremistas.
Assim, a arbitragem não foi decisiva para o resultado.

Futuro

O Inter joga duas fora; o grêmio, duas em casa.
Desconfio deste Internacional, que será colocado a prova contra uma equipe equilibrada, o Coritiba, e contra outra em ascensão, o Goiás. E sabemos que Libertadores, só vencendo ambas as partidas e chegando no jogo contra o São Paulo em condições de ultrapassá-lo. Sinceramente, não creio. Hoje, a competência colorada, na minha modesta opinião, foi inferior a incompetência e destempero gremista.
Já o Grêmio precisa de intervenção. Celso Roth está perdido. Mas são duas partidas em casa, contra o cambaleante Santos e contra o imprevisível Botafogo. Com 6 pontos, briga pelo título. O futebol palmeirense é tão sofrível como o do Grêmio.

D´alessandro

Tche, puta que pariu... A pergunta é: como mantê-lo em 2009?

domingo, 28 de setembro de 2008

Vida de torcedor é foda.


Estou escrevendo este post no intervalo da partida. O grêmio já tomou 4 gols no jogo, o tcheco já foi expulso e a "casa" definitivamente já caiu. Remetendo ao meu último post (futebol...), mais uma vez sofremos com as mazelas deste esporte. Tomamos, até o momento, quatro gols de bola parada. Incrível para um time que fazia juz há pouco tempo a melhor defesa do campeonato. Que defesa? Até o momento ainda não pude identificar a zaga do Grêmio. Temo agora, que o Roth tenha dito aos seus comandados que eles podem ainda empatar. A melhor estratégia, penso eu, é se defender com toda a alma e vergonha que ainda resta a estes jogadores, pois acredito que a coisa pode ainda piorar, caso o grêmio pense que possa virar ou coisa parecida, tornando o fracasso histórico. Pergunto a nação gremista: Ainda temos esperança? Até que ponto um derrota deste quilate pode destruir o ânimo dos jogadores. Confesso que não vejo um futuro azul para grêmio. A vida de torcedor fanático é dura. Nesses momentos até questiono se futebol é realmente tão importante. Mas esse sentimento é somente até amanhã. Pois, como se diz, alegria e tristeza de futebol somente dura 24 horas. Espero.

Parece que o segundo tempo já está em andamento. Não sei se vale a pena assistir. Mas... Fazer o que? Só resta cumprimentar os colorados pela mágica jornada de hoje. De cabeça inchada, encerro aqui meu post.

Ps: Não vou me matar, podem ficar tranqüilos, ou não.

terça-feira, 23 de setembro de 2008

O Setembro vermelho vai acabar

O colorado pega o líder, coxa e o goiás. Tem futebol inferior a todos.
E nesse meio tempo, dois jogos pela sul-americana. Não é o favorito que dizem.

Falou-se tantas vezes em momento decisivo para o Inter. Mas agora definitivamente estamos diante do último destes momentos decisivos. E é cruel. Absolutamente qualquer perda de ponto nestes jogos pelo brasileiro é adeus definitivo a Libertadores (que já se foi há mto tempo).

Se o colorado vencer o Grenal, a casa gremista desaba; se perder, é tri-campeonato pros azuis. É simples assim.

E se vencer o Grenal, mas perder qualquer pontinho para o Coritiba ou o Goiás, turbina a campanha destes e acabou o ano.

E tem a sul-americana, com um U. Católica que meteu 6 x 2 no Olímpia.

Minhas projeções:

U. Católica x Inter: derrota. 2 x 1. Daniel Carvalho vai ser pífio. D´alessandro marca. Clemer vai falhar.

Inter x Roth: empate, 0 x 0. Sinceramente, com Magrão e Pereira voltando no g.f.p.a, não tem como o projeto de time do Inter vencer. Fator local não significa nada. O embate será entre qualidade individual x organização. Mais um empate, e o g.f.p.a vai continuar achando que pode ser campeão, e o Inter apostando suas fichas nos dois jogos fora.

Inter x U. Católica: vitória 1 x 0. Índio vai garantir na defesa. Golzinho de Alex.

coxa x Inter: derrota, 2 x 0 e vão se convencer da merda que é esse time de 3 milhões.

Goiás x Inter: empate, 0 x 0. Sacanagem com Iarley, o cara que o Inter dispensou vergonhosamente.

E é isso. 2 pontos em 9. Em meados de outubro colheremos a desorganização do ano. E estaremos sendo eliminados pelo Boca (o mistão destroçou os campeões da Libertadores).

Mto trágica minhas previsões do colorado, ou caí na real?

sexta-feira, 19 de setembro de 2008

Crises

O tempo em que se vive é realmente conturbado. Crises internas e externas afetam a maioria dos países que integram o bloco globalizado, gerando efeitos em todas as esferas da sociedade contemporânea. Mas não há dúvida que o recesso da economia dos Estados Unidos é o mais preocupante dos problemas. Tudo o que acontece naquele país é sentido pelos outros Estados; percebe-se que o mundo ainda é dependente do humor do sistema financeiro-econômico dos norte-americanos. Ainda é possível observar conflitos na Venezuela e na Bolívia, embora de espécies diferentes (notadamente políticos).
Na terra do tio-sam, a grande crise imobiliária do início do ano começa a ensejar reflexos nos bancos e nas seguradoras. Enormes perdas fizeram tais instituições requererem a falência junto à justiça daquele país, causando impactos profundos. O saldo da brincadeira: bolsas ao redor do mundo despencando, invenstidores segurando dinheiro e tentando vender ativos, além do anúncio de um plano de recuperação proposto pelo governo norte-americano. Se vai dar certo ou não, é impossível saber. A economia está longe de ser uma ciência previsível. Sem dúvida, a maior crise enfrentada pelos Estados Unidos desde 1929.
Na Venezuela, o governo Chávez fecha o cerco à Democracia e ao Estado de Direito. O ditador expulsou do país dirigentes de grupos internacionais de direitos humanos sob alegação de que os mesmos conspiravam contra o governo. No país das lindas mulheres, não há espaço para garantias constitucionais. As grandes conquistas do mundo moderno, ratificadas por muitos tratados internacioansi, tais como a dignidade da pessoa humana, a igualdade e a liberdade são violadas naquele lugar. Usando o grande poder de barganha que possui em virtude do petróleo, Chávez impõe a sua ditadura e outorga um governo totalitário aos venezuelanos goela a baixo.
Na Bolívia, seguindo a tendência anti-democrática de Chávez, o presidente Evo Morales prende opositores e declara estado de sítio. Pessoas são presas e mortas, estradas são bloqueadas, prejudicando o fornecimento de insumos básicos à população e a alienação de gás ao Brasil é avariada. Evo demonstra que não tem nenhuma condição de lidar com as questões de seu país e que tenta ser um discípulo de Chávez, advogando por uma nova constituinte em troca de liberdades políticas aos opositores. O problema é profundo por lá.
Enquanto isso, no Brasil, a corrida eleitoral esquenta. Até o final de outubro o país estará imerso no pleito democrático. Dentro dessa lógica, uma constatação é cabível: "que coisinha lamentável" os nossos candidatos a vereador hein?

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Futebol...


O futebol é apaixonante. Com absoluta certeza, o esporte mais circunstancial do mundo. Por isso ele é fantástico. Um chute, uma defesa, um erro milimétrico. Circunstâncias como essas definem, de forma intolerante, a genialidade ou a mais absoluta incompetência. O futebol tem essas coisas. Ele é injusto. Glorifica em determinados momentos a mediocridade e crucifica o verdadeiro gênio. Quem se esquece de Roberto Baggio em 1994 e de Roberto Carlos em 2006? Craques, com carreiras brilhantes, marcados por um momento, por um segundo de falha. Em contrapartida, quem se esquecerá de Paulo Rossi, medíocre atacante da Itália em 1982, de Aílton do Grêmio em 1996 e Adriano Gabiru do Inter em 2006. Heróis por conta de um detalhe, por um chute que deu certo. Injusto. Injusto? Essa é a arte do futebol. Um esporte cruel é generoso ao mesmo tempo. Mas sem dúvida nenhuma, apaixonante. A história sempre se repete. Uma bola na trave faz um fracassado e um herói. Um centímetro a menos e tudo seria invertido. Herói ou Vilão por um centímetro! Que esporte!! Testemunhamos isso todo o domingo e nunca enjoamos porque a cada fim de semana surge um gênio que sumariamente poderá ser o "burro" do outro domingo. Por um centímetro...

O Grêmio levou um gol olímpico. No segundo ataque do time adversário na partida cede a sofrida virada. Victor? Frangueiro. Marcel? Ora, é um perna de pau, lógico. Roth?? Nem se fala, não entende nada de futebol. Tite? Que pergunta! é gênio... Pelo menos até domingo que vem.

"I'm not afraid of dying".


Perdoem-me por fugir à temática do blog, mas o momento é muito importante. A música perde hoje, no dia 15 de Setembro de 2008, um dos seus maiores ícones. O mais elegante, sensível e talentoso tecladista da história do Rock Progressivo morreu hoje, de câncer. Estou falando de Richard Wright, um dos fundadores do Pink Floyd.
Por ser um grande admirador do Pink, não consigo externar em palavras o que sinto no momento. A perda é muito grande e irreparável. Rick é insubstituível. O Pink é insubstituível. O sonho, se já tinha acabado, foi agora devidamente enterrado nas profundezas.
A singeleza das composições de Rick destacava-se nas músicas do Pink. Só pra citar algumas, "The Great Gig In The Sky", "Us and Them" e "Shine On". Afinal, o que seria o Pink Floyd sem essas três canções? O que restaria do Dark Side sem a brilhante composição e idéia de "Great Gig"? A resposta é: nada.
O tempo é cruel e corrói todas as tolas esperanças de milhões de fãs ao redor do mundo, que ainda esperavam poder ver o Pink reunido outra vez, como em 2005. Aos poucos, os sonhos vão se apagando e o que resta são apenas lembranças de uma época de ouro da música. Infelizmente, conflitos de vaidades, brigas e agora mortes destruíram a maior banda de todos os tempos, em todos os sentidos. A inestimável contribuição dos ingleses à música, principalmente ao Rock, será para sempre lembrada por todos. Obrigado Pink! Obrigado Rick!
Para finalizar, transcrevo uma frase de Rick Wright em "The Great Gig In The Sky":

"I'M NOT AFRAID OF DYING"!

Richard Wright: 1943 - 2008 (London)

domingo, 14 de setembro de 2008

Hibernando

Caros leitores do Blog,

Gostaria de me desculpar com vocês pelo franciscano número de postagens no (Gol)pe de Estado. Infelizmente, o mês está complicado, em virtude de muitas tarefas demandarem muito tempo para serem realizadas. Soma-se isso ao fato de que meu computador estragou na semana passada e passei um bom tempo consertando-o. Assim que tudo se assentar, comparecerei mais ao Blog. Também sei que meus colegas, assim como eu, estão ocupados. Espero que isso se resolva o mais rápido possível. Obrigado pela compreensão!

P.S. n°1: a derrota de hoje contra o Goiás abalará a caminhada tricolor?
P.S. n°2: Sara Palin é a arma de John McCain para vencer Barak Obama.
P.S. n°3: e a popularidade do chefe do executivo brasileiro só aumenta...

domingo, 31 de agosto de 2008

Internacional em 2008: sempre a mesma história.

Domingo ensolarado em Porto Alegre; temperatura amena, em torno de 25 graus. O sol, ironicamente, brilha lá fora. Sim, o sol desdenha da minha cara, já que tiro o dia para fazer duas coisas, pelo menos até o presente momento: escrever um trabalho para a faculdade e assistir ao Internacional às 16h. Assim, o clima nas ruas da capital é um desestímulo para as minhas obrigações acadêmicas; todavia, prioridades são prioridades, então espero que o jogo do Internacional me traga alguma diversão. Após a classicação no clássico Gre-Nal, parecia claro que o Colorado conseguiria uma vitória fora de casa e engrenaria no Brasileirão. Ledo engano. Quanta ingenuidade!
O ano de 2008 para o torcedor colorado tem sido, além de triste, muito, mas muito chato. Sabe aquele filme que a tua namorada quer sempre rever e que tu detestas, mas que, em virtude das obrigações que tal situação implica, deves, inevitavelmente, assistir? Aquele filme horroroso, exdrúxulo e entendiante? Pois é; esse é o Internacional de 2008. Uma sucessão de erros que parecem não ter fim e com os quais a direção colorada parece não conseguir lidar. No momento, após o jogo, não escuto as rádios, mas tenho quase certeza que as desculpas são as mesmas: a falta de preparo físico, o campo esburacado do adversário, as lesões de alguns jogadores, a longa viagem, etc.
Tudo isso pode até ser um pouco de verdade, mas não exime o Internacional de buscar vitórias em todos os jogos que disputa. Isso porque o Internacional não é o Rio Grande (glorioso clube da minha terra), que não tem dinheiro para contratar um bom preparor físico. O atual responsável por fazer os jogadores colorados correrem foi buscado a peso de ouro no Fluminense. O campo é esburacado? É claro que é; participa-se do Campeonato Brasileiro, e não da UEFA Champions League. Há clubes que não tem recursos para manter um gramado num bom estado; mesmo assim, se isso servisse como desculpa, ninguém ganharia uma partida no Nordeste, o que não é verdade.
Os jogadores do Internacional também lesionam-se com freqüência, desde o início do ano. Primeiro foi a hepatite, depois problemas estomacais, que ocorreram novamente neste fim de semana. Inclua-se na contagem as seguidas estadas dos jogadores no departamento médico. Alex, Nilmar, Sorondo e muitos outros não conseguem ter uma boa seqüência; volta e meia são acometidos de enfermidades que os deixam parados por um bom tempo, prejudicando o clube. A questão das viagens só pode ser algum tipo de piada; com a estrutura que o clube tem, o mínimo que se pode fazer é organizar racionalmente o calendário de jogos. O Brasil é um país grande e sempre houve grandes viagens; engraçado que não ouço essa desculpa nas vitórias. Vocês, leitores do blog, ouvem? Duvido...
Como se isso não fosse o bastante, o Internacional, atualmente, é um verdadeiro balcão de negócios. O clube perdeu a sua identidade; empresários têm trânsito livre no Beira-Rio, colocando e tirando jogadores a hora que querem. Ou alguém tem dúvida que Orlando da Hora, empresário do Nilmar, não está desesperadamente tentando vender o jogador? Há, também, alguma explicação para o fato de Adriano continuar jogando, senão a de que algum empresário deve estar querendo vendê-lo para o exterior? Tenho certeza de que, na base, há jogadores mais qualificados, profissional e pessoalmente, que o Adriano. Todos em Porto Alegre sabem que o cidadão volta e meia encontra-se perdido na noite. É revoltante...
Portanto, vê-se que os fatos repetem-se ao longo do ano. A história é sempre a mesma, as desculpas são sempre as mesmas. Dentro dessa lógica, acredito que essa lamúria colorada já encheu o saco, tanto pra mim quanto para os leitores do blog. É preciso trocar o filme; a platéia já não agüenta mais este interminável replay. Assim, não falarei mais do Internacional em 2008, a não ser que fatos novos aconteçam, tanto bons quanto ruins. Uma inesperada seqüência de 10 vitórias seguidas, culminando com uma classificação pra Libertadores; um bate-boca público entre Fernando Carvalho e Vitório Píffero, chegando os dois às vias de fato; um inusitado relacionamento homossexual entre o Índio e o Gustavo Nery, indo os dois a público assumir a situação. Enfim, qualquer coisa que destoe dessa rotina irritante e massiva do Internacional em 2008. Caso contrário, só em 2009.
Que me desculpem os colorados leitores do blog que, assim como eu, estão muito chateados. Mas há assuntos mais interessantes para debater. Além disso, essa decisão não atinge meus dois colegas, estando os mesmos livres para escrever sobre o que bem entender. Non bis in idem, meus caros! Fui.
P.S.: o Grêmio segue firme rumo ao título brasileiro, inapelavelmente alheio à tristeza do maior rival. A gangora está mesmo alta no lado azul, apesar do Gre-Nal da última quinta-feira.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Inter Mata

Em Grenal mata – mata, só dá o colorado. Foi assim no Grenal do século, na sul americana 2004 e ontem não seria diferente. Ou seja, rotina.

Com todo o “respeito”, o g.f.p.a foi covarde. Como tudo o que ganha é com o regulamento embaixo do braço, não abriu exceção nem no que seria um precioso momento para a sua história.

O Inter não tem time, e gastou uma fortuna. Tite está perdido. Suas substituições são, para dizer o mínimo, grotescas. É visível o péssimo momento da defesa colorada. A saída de bola é sofrível. O ataque é Nilmar, e só. Não há laterais, alas, nem o que quer que seja o que o Lopes faça (corre e violenta a bola?). O empate contra o Flamengo representou o adeus definitivo a Libertadores. Clemer tá um baita amigo... Vencer o Sport fora? Seria inusitado, dadas as circunstâncias.

O que o g.f.p.a poderia fazer? Eliminar o colorado da sul americana, mesmo que colocasse o time titular só no jogo de ontem. Os reservas haviam empatado a primeira partida (com gol), o g.f.p.a tem boa vantagem perante o Palmeiras e o adversário de domingo pelo brasileiro pode ser goleado por qualquer time com um mínimo de competência. Os últimos resultados dos gremistas (derrota para o Flamengo e empate com o Náutico) são ilusórios. O g.f.p.a jogou como jogou contra os outros times, e como em toda a sua vida: mal. Somou 1 ponto (o Cruzeiro, também em duas, não pontuou fora) e continua embalado na ponta. Os titulares gremistas poderiam entrar nesta única partida, despachar o rival e, sei lá, mandar os juniores enfrentar o U. Católica. Seria a maior flauta gremista dos últimos tempos, maior inclusive do que se ganhar o brasileiro.

O g.f.p.a teve medo. Faltou “bolas”, compreende? Preferiu a cautela. Tenta nos convencer que despreza o clássico. Mas isso é o tipo de mentira que só a imprensa azul aceita. É evidente que o g.f.p.a tinha mais a perder com uma eliminação, afinal, é o líder. Mas que líder é esse que se acovarda? Seria o líder do apito (São Paulo, Ipatinga, Vitória, 9 pontos...)?

O g.f.p.a poderia eliminar o Inter e partir para seu asqueroso título brasileiro. Preferiu, digamos, se preservar. Infelizmente futebol não é justo, mas deveria punir essa falta de ambição. Reservas num clássico aqui no gauchão, ou nos pontos corridos do brasileirão, quando há uma decisão próxima ou muitos lesionados é justificável. Agora, pra toda a América ver? Vergonha...

E o Inter, que nem time tem, mata o g.f.p.a... ROTINA.

Ahh... e o motivo de tanta festa pelo empate? Duas avalanches, compreendem?

sábado, 23 de agosto de 2008

O sofrido sufrágio universal


Quase ninguém percebeu. As eleições estão aí. Daqui a pouco mais de um mês (isso mesmo) estaremos escolhendo os novos chefes do poder executivo municipal, bem como os membros das câmaras de vereadores de nossos municípios. A par do fato de que muitos dos leitores do blog são de Rio Grande (vulgo "big"), cidade muito querida para mim, peço licença para me focar nas eleições de Porto Alegre.

O certame está lançado. Candidaturas definidas. Chapas todas montadas. Porto Alegre prepara-se para escolher quem irá para o segundo turno com José Fogaça, atual prefeito da capital. A meu ver, essa é a conclusão óbvia do certame político de Porto Alegre. Observo atentamente. Onix Lorenzone, inacreditavelmente se juntou ao "rapper" e "deputado estadual" Mano Chenges (não sei o nome dele) formando umas das chapas mais bizarras da história. Do outro lado, três mulheres e a mesma filosofia política originária, o socialismo. Três concorrentes de esquerda. Cada uma em seu nível. Rosário (que deve ir ao 2º turno) faz parte do PT, atual esquerda conservadora. Manuela. E aí beleza? É do PC do B. Partido Comunista? Que comunismo ela será capaz de implantar em POA? Ademais, me parece ainda muito inexperiente para assumir um cargo desta monta e o partido dela sofre grande resistência dos porto alegrenses. O PSOL de Luciana Genro, na teoria é o mais radical, não tendo ainda capacidade de obter uma aceitação política apta a classificá-la para o 2º turno. No mais, temos ainda, Marchezan e os "clássicos" candidatos bizarros, Vera Guasso e Júlio Flores.

Todavia, no todo, todos acabam sendo iguais. Os mesmos discursos repletos de demagogias. Saúde, educação, segurança, emprego... blá, blá, blá. Meu Deus, eu só tenho 23 anos e já estou com náuseas deste discurso repetitivo. Todos os candidatos, sem exceção, aparecem saltitando por entre campos floridos ao som de um jingle marqueteiro. Eles, na teoria, são todos bons, honestos. Somente se importam com a felicidade da população. Talvez os candidatos atuais estejam pagando por uma herança podre deixada pelos políticos de outrora. Mas o fato é que todos os discursos parecem forçados. A Luciana genro, de cachos tradicionalmente “rebeldes” como ela, apareceu, acreditem, de "chapinha".

Na verdade, atualmente, o mais complicado é ser eleitor, que deve filtrar todos esses jingles comoventes, as frases ensaiadas e as lindas imagens de Porto Alegre que são relacionadas aos candidatos nos programas políticos e escolher o candidato certo (porque depois ele é o culpado). Não é mole. Todos paracem criaturas divinas!

E ainda - já ia esquecendo, cabe ao (coitado) eleitor escolher entre o gaúcho da copa, o zé do táxi, o vocalista do Chimaruts e o tarciso (flecha negra), quem é que vai compor a nossa Câmara de vereadores. Tá foda.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Projeções para a Dupla

O mês de agosto vai chegando ao fim e o campeonato brasileiro começa a definir a realidade dos clubes em 2008. Título, libertadores, sul-americana e fugir do rebaixamento são os objetivos traçados; partindo desse pressuposto e somando-se ao fato de que a janela de agosto está terminando e dificilmente os times mudarão significativamente, é possível fazer algumas previsões. Acompanhando o bem-aventurado post abaixo, sejamos bairristas e analisemos as possibilidades da dupla.
Comecemos com o tricolor, que lidera o certame com uma boa vantagem de cinco pontos. Assisti à derrota gremista ontem por 2 x 1 para o Flamengo e não vi nada demais. Há setores da torcida e da imprensa que já começam com alguma chiadeira em relação ao desempenho do time, com a qual não concordo. Vi um bom jogo de futebol, um embate entre dois bons times, e me parece que as dimensões do Maracanã fizeram a diferença. O time gremista não é rápido, joga mais cadenciado. Além disso, marca sobre pressão. Pois o tamanho do campo de jogo carioca influenciou negativamente esses dois aspectos da mecânica de jogo tricolor. Ainda assim, o Grêmio poderia ter saído do Rio com um empate se sua zaga não tivesse falhado no segundo gol, ao final do jogo. Entretanto, não há motivos para pânico. Palmeiras e Cruzeiro perderam na rodada e a distância continua em cinco pontos. Confortavelmente instalado na primeira posição, o Grêmio tem gordura pra queimar e parece que o fez na hora certa. Não voltará a perder desta forma, penso.
Quanto ao Internacional, conseguiu uma grande vitória contra o Palmeiras por 4 x 1. Depois de um começo esdrúxulo, a equipe colorada superou as expectativas e virou o jogo, passando por cima de erros gritantes da arbitragem e das críticas. Alex deu novo ânimo ao time; D'alessandro está mostrando a que veio; Magrão deu mais qualidade na saída de bola; por fim, Guiñazu, soberbo, esplêndido, extraordinário. O argentino veste a camisa e dá a vida em campo. Mantê-lo no elenco foi a maior contratação do Internacional na temporada. Contudo, apesar de alguns destaques individuais, é nítido que a equipe não tem entrosamento e nenhum senso tático. A defesa colorada é totalmente desorganizada, o meio não funciona e o ataque perde muitos gols. Não há campanha que suporte tantos erros. O Internacional está pagando o preço pela falta de profissionalismo do Abel e pelos erros de uma direção prepotente, que ainda se acha campeã do mundo e se esqueceu que futebol se faz com resultados imediatos, sempre. Infelizmente, quando as coisas se acertarem, será tarde demais e o ano estará perdido, mais uma vez, como foi em 2007. Vitório Píffero: quando irás aprender que futebol é repetição de time e que transformando o Internacional em um balcão de negócios inviabilizas esta prática? Quem continua pagando a conta é a torcida colorada. É de se esperar, pelo menos, um final de ano digno, terminando a competição com bom futebol e vitórias.
P.S.: meus P.S.'s já estão virando regra, mas enfim: alguém, por favor, pega esse empresário do Nilmar, o senhor Orlando da Hora, e manda o sujeito para as Ilhas Faroe, por favor. O mais longe possível do Beira-Rio, de preferência.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Bairrismo

Inter x São Paulo, 2006. Enquanto o colorado dava sua volta olímpica, Cleber Machado elogiava a estrutura do São Paulo, a direção, a torcida, o massagista, a moça do cafezinho e tudo o mais que lá exista. Para não ser traído pela memória, aqui estão suas palavras: “parabéns ao são paulo futebol clube, a todos os seus torcedores, por que não é fácil conquistar uma libertadores, que dirá chegar a seis finais em onze participações, ganhar três títulos, e repetir, como fez lá nos anos 90, quando o são Paulo foi finalista em 92, 93 e 94, o São Paulo nesses anos 2000, em 2005 e 2006, faz duas finais de libertadores, isso É PRA TIME MUITO GRANDE. Aos jogadores, diretores, treinadores muito competentes. Um só pode comemorar”. É surreal, para dizer o mínimo, este ode ao SPFC, especialmente por ter ao fundo as imagens da comemoração do, para o Cleber, intruso. Fiquei até constrangido com o título e, desde já, minhas desculpas a bambizada!

Os caras simplesmente perderam a vergonha, o profissionalismo, enfim, a postura não condiz com integrantes de uma emissora pretensamente nacional.

Ontem, mais uma vez, Cleber, acompanhado do glorioso Arnaldo César Coelho – o mascote do Galvão, narrou só para um estado (com algum problema de atraso na transmissão, repararam?), esquecendo do Rio Grande. Em determinado momento Arnaldo Cesar Coelho diz que “Guiñazu não é jogador de futebol”. Martinez então deve ser... O deboche com que Coelho tratou Guiñazu, o melhor da partida, foi, para dizer o mínimo, lamentável.

O desapontamento dos globais com a vitória colorada (conquistada com raça, mas ainda sem entrosamento, com falhas clamorosas da defesa e com a circunstância, dificilmente repetível, de virar o jogo em dois minutos) só nos passa o seguinte recado: sejamos bairristas, cada vez mais!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Raro talento



Na manhã chuvosa e sonolenta de segunda-feira, tive a sorte de assistir a partida Brasil x Alemanha, pela semi-final do torneio olímpico de futebol. A seleção começou visívelmente nervosa, errando passes e num lance bizarro (estilo clemer+bolivar) de nossa zaga, as Alemãs abriram o placar. A partir daí o que se viu foi um maravilhoso show de futebol. O selecionado feminino virou a partida para 4 x 1, sendo que, com quatro lindos gols. Nenhum de balão para área (única jogada das adversárias). Unicamente no talento. Puro. Simples. Eficiente. Confesso que em determinado momento imaginei a fantástica (esse é o termo) Marta vestindo a camisa 10 do tricolor. Ela é, definitivamente, um craque de bola. Com a devida proporção, não vislumbro muitos jogadores masculinos, no mundo, com a habilidade que tem Marta. O terceiro gol brasileiro foi marcado em uma jogada genial dela. Com a bola grudada em seu pés, adentrou em velocidade na área alemã e mesmo cercada por três zagueiras, colocou de biquinho, lindo, no cantinho, perfeito. Lance de talento raro. Fico pensando, o que Marta teria feito no lugar do atacante Reinaldo do Grêmio, naquele lance no final do jogo de ontem. Ela teria até vergonha de fazer um gol tão fácil. E o Reinaldo... bom, esqueçam. A seleção ainda tem a Cristiane. Baita atacante. Dois gols na partida, sendo que o último... bom, um golaço. Admito, que mesmo achando que futebol arte é coisa de veado, fiquei feliz ao assistir esse jogo, até vibrei, meio sem jeito, já que me acostumei a vibrar com o nosso (masculino) futebol "eficiente". Se elas vão ganhar? Não sei. Mas já fiquei satisfeito.

Ps: Afinal, aonde foi parar a vara da Murer?

Ps2: Surgiram boatos que o Diego Hipólito está sendo investigado pelo sumisso da vara.