domingo, 31 de agosto de 2008

Internacional em 2008: sempre a mesma história.

Domingo ensolarado em Porto Alegre; temperatura amena, em torno de 25 graus. O sol, ironicamente, brilha lá fora. Sim, o sol desdenha da minha cara, já que tiro o dia para fazer duas coisas, pelo menos até o presente momento: escrever um trabalho para a faculdade e assistir ao Internacional às 16h. Assim, o clima nas ruas da capital é um desestímulo para as minhas obrigações acadêmicas; todavia, prioridades são prioridades, então espero que o jogo do Internacional me traga alguma diversão. Após a classicação no clássico Gre-Nal, parecia claro que o Colorado conseguiria uma vitória fora de casa e engrenaria no Brasileirão. Ledo engano. Quanta ingenuidade!
O ano de 2008 para o torcedor colorado tem sido, além de triste, muito, mas muito chato. Sabe aquele filme que a tua namorada quer sempre rever e que tu detestas, mas que, em virtude das obrigações que tal situação implica, deves, inevitavelmente, assistir? Aquele filme horroroso, exdrúxulo e entendiante? Pois é; esse é o Internacional de 2008. Uma sucessão de erros que parecem não ter fim e com os quais a direção colorada parece não conseguir lidar. No momento, após o jogo, não escuto as rádios, mas tenho quase certeza que as desculpas são as mesmas: a falta de preparo físico, o campo esburacado do adversário, as lesões de alguns jogadores, a longa viagem, etc.
Tudo isso pode até ser um pouco de verdade, mas não exime o Internacional de buscar vitórias em todos os jogos que disputa. Isso porque o Internacional não é o Rio Grande (glorioso clube da minha terra), que não tem dinheiro para contratar um bom preparor físico. O atual responsável por fazer os jogadores colorados correrem foi buscado a peso de ouro no Fluminense. O campo é esburacado? É claro que é; participa-se do Campeonato Brasileiro, e não da UEFA Champions League. Há clubes que não tem recursos para manter um gramado num bom estado; mesmo assim, se isso servisse como desculpa, ninguém ganharia uma partida no Nordeste, o que não é verdade.
Os jogadores do Internacional também lesionam-se com freqüência, desde o início do ano. Primeiro foi a hepatite, depois problemas estomacais, que ocorreram novamente neste fim de semana. Inclua-se na contagem as seguidas estadas dos jogadores no departamento médico. Alex, Nilmar, Sorondo e muitos outros não conseguem ter uma boa seqüência; volta e meia são acometidos de enfermidades que os deixam parados por um bom tempo, prejudicando o clube. A questão das viagens só pode ser algum tipo de piada; com a estrutura que o clube tem, o mínimo que se pode fazer é organizar racionalmente o calendário de jogos. O Brasil é um país grande e sempre houve grandes viagens; engraçado que não ouço essa desculpa nas vitórias. Vocês, leitores do blog, ouvem? Duvido...
Como se isso não fosse o bastante, o Internacional, atualmente, é um verdadeiro balcão de negócios. O clube perdeu a sua identidade; empresários têm trânsito livre no Beira-Rio, colocando e tirando jogadores a hora que querem. Ou alguém tem dúvida que Orlando da Hora, empresário do Nilmar, não está desesperadamente tentando vender o jogador? Há, também, alguma explicação para o fato de Adriano continuar jogando, senão a de que algum empresário deve estar querendo vendê-lo para o exterior? Tenho certeza de que, na base, há jogadores mais qualificados, profissional e pessoalmente, que o Adriano. Todos em Porto Alegre sabem que o cidadão volta e meia encontra-se perdido na noite. É revoltante...
Portanto, vê-se que os fatos repetem-se ao longo do ano. A história é sempre a mesma, as desculpas são sempre as mesmas. Dentro dessa lógica, acredito que essa lamúria colorada já encheu o saco, tanto pra mim quanto para os leitores do blog. É preciso trocar o filme; a platéia já não agüenta mais este interminável replay. Assim, não falarei mais do Internacional em 2008, a não ser que fatos novos aconteçam, tanto bons quanto ruins. Uma inesperada seqüência de 10 vitórias seguidas, culminando com uma classificação pra Libertadores; um bate-boca público entre Fernando Carvalho e Vitório Píffero, chegando os dois às vias de fato; um inusitado relacionamento homossexual entre o Índio e o Gustavo Nery, indo os dois a público assumir a situação. Enfim, qualquer coisa que destoe dessa rotina irritante e massiva do Internacional em 2008. Caso contrário, só em 2009.
Que me desculpem os colorados leitores do blog que, assim como eu, estão muito chateados. Mas há assuntos mais interessantes para debater. Além disso, essa decisão não atinge meus dois colegas, estando os mesmos livres para escrever sobre o que bem entender. Non bis in idem, meus caros! Fui.
P.S.: o Grêmio segue firme rumo ao título brasileiro, inapelavelmente alheio à tristeza do maior rival. A gangora está mesmo alta no lado azul, apesar do Gre-Nal da última quinta-feira.

2 comentários:

Anônimo disse...

Aqui não é a poltrona 36!

vinícius disse...

não. aqui é a casa do cléo hickman.

o adriano é uma frustração até pra mim. quando ele começou a entrar, ano passado, achei que fosse deslanchar e arrebentar. desconheço jogador com mais descrédito hoje entre TODOS da dupla gre-nal.