sábado, 23 de agosto de 2008

O sofrido sufrágio universal


Quase ninguém percebeu. As eleições estão aí. Daqui a pouco mais de um mês (isso mesmo) estaremos escolhendo os novos chefes do poder executivo municipal, bem como os membros das câmaras de vereadores de nossos municípios. A par do fato de que muitos dos leitores do blog são de Rio Grande (vulgo "big"), cidade muito querida para mim, peço licença para me focar nas eleições de Porto Alegre.

O certame está lançado. Candidaturas definidas. Chapas todas montadas. Porto Alegre prepara-se para escolher quem irá para o segundo turno com José Fogaça, atual prefeito da capital. A meu ver, essa é a conclusão óbvia do certame político de Porto Alegre. Observo atentamente. Onix Lorenzone, inacreditavelmente se juntou ao "rapper" e "deputado estadual" Mano Chenges (não sei o nome dele) formando umas das chapas mais bizarras da história. Do outro lado, três mulheres e a mesma filosofia política originária, o socialismo. Três concorrentes de esquerda. Cada uma em seu nível. Rosário (que deve ir ao 2º turno) faz parte do PT, atual esquerda conservadora. Manuela. E aí beleza? É do PC do B. Partido Comunista? Que comunismo ela será capaz de implantar em POA? Ademais, me parece ainda muito inexperiente para assumir um cargo desta monta e o partido dela sofre grande resistência dos porto alegrenses. O PSOL de Luciana Genro, na teoria é o mais radical, não tendo ainda capacidade de obter uma aceitação política apta a classificá-la para o 2º turno. No mais, temos ainda, Marchezan e os "clássicos" candidatos bizarros, Vera Guasso e Júlio Flores.

Todavia, no todo, todos acabam sendo iguais. Os mesmos discursos repletos de demagogias. Saúde, educação, segurança, emprego... blá, blá, blá. Meu Deus, eu só tenho 23 anos e já estou com náuseas deste discurso repetitivo. Todos os candidatos, sem exceção, aparecem saltitando por entre campos floridos ao som de um jingle marqueteiro. Eles, na teoria, são todos bons, honestos. Somente se importam com a felicidade da população. Talvez os candidatos atuais estejam pagando por uma herança podre deixada pelos políticos de outrora. Mas o fato é que todos os discursos parecem forçados. A Luciana genro, de cachos tradicionalmente “rebeldes” como ela, apareceu, acreditem, de "chapinha".

Na verdade, atualmente, o mais complicado é ser eleitor, que deve filtrar todos esses jingles comoventes, as frases ensaiadas e as lindas imagens de Porto Alegre que são relacionadas aos candidatos nos programas políticos e escolher o candidato certo (porque depois ele é o culpado). Não é mole. Todos paracem criaturas divinas!

E ainda - já ia esquecendo, cabe ao (coitado) eleitor escolher entre o gaúcho da copa, o zé do táxi, o vocalista do Chimaruts e o tarciso (flecha negra), quem é que vai compor a nossa Câmara de vereadores. Tá foda.

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