sexta-feira, 28 de novembro de 2008

PELA VOLTA DO VELHO GRÊMIO


A despeito da bela vitória colorada na quarta-feira, penso que o fato esportivo que merece uma análise mais minuciosa (pelo menos de minha parte) é a derrota do Grêmio para o sofrível time do Vitória. Não sei se o Grêmio se sagraria campeão nacional caso confirmasse a vitória sobre os baianos, haja vista que o São Paulo venceu o Vasco, e em São Januário. Todavia, caso o tricolor tivesse logrado êxito no domingo que se passou, os gremistas poderiam, pelo menos, constatar que havia sangue correndo nas veias dos jogadores. Ora. É óbvio que o Grêmio, tecnicamente (e isso é meio caminho andando) era melhor do que o Vitória. Não é atoa a diferença de pontos entre as duas equipes. O que houve? Terá sido somente o Heber o responsável pela derrota? Penso que não. Faltou mesmo sangue e indignação do time. Eis aqui a questão diferencial entre o time campeão e o não campeão. Quando duas equipes decidem um campeonato, é lógico que, pelo menos a princípio, elas se equivalem, mesmo que um time seja melhor do que o outro em termos técnicos. Então, o que decide? Na minha visão, a sorte evidentemente tem sua contribuição, a qualidade individual também, mas em uma final, entendo que o que vale mesmo é a motivação. O time que pôr mais garra, mais raça, que corra mais, que mostre indignação com a adversidade, tem muito mais chance de vencer. Um time sente quando o seu adversário está motivado. O náutico sentiu isso a exatamente há 3 anos atrás. Aquele time, apesar das limitações e da sorte, se negou a perder, mesmos com 4 jogadores a menos e um penalti contra. Era um time fantástico? A motivação faz diferença. O Vitória percebeu que ali estava um time conformado, preguiçoso e sem indignação. Lembremos que o São Paulo também sofreu o empate em São Januário, e como acabou? Esse time atual do Grêmio demonstrou, em inúmeras oportunidades, depressão quando leva um gol. Isso é inaceitável para quem que ousa dizer que é candidato a título. Se é assim. Não é candidato, portanto.
O retrato disso é o discurso do Grêmio acerca de seu próximo adversário, o Ipatinga. "ah mas eles ganharam do Inter", "ah, eles complicam em casa". Que insegurança é essa, meu Deus? O Grêmio é vice-líder e eles são lanternas, já rebaixados. Retranca contra o Ipatinga? "Um pontinho é bom" cheguei a escutar. Inaceitável. Patético. A vitória é mais que obrigação. É um compromisso com a história de um clube que ostentou o rótulo de copeiro. Que já dominou o mundo e levantou duas copas libertadores, sendo que uma delas, trocando socos e pontapés e erguendo a América sujo de sangue. Esse é o Grêmio que nos acostumamos a amar e que precisa voltar.

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