terça-feira, 29 de abril de 2008

A CPI e o direito ao silêncio

Fico impressionado, como advogado, de ouvir nos meios de comunicação que é um absurdo os envolvidos no caso DETRAN ao serem questionados, durante a CPI, sobre os fatos supostamente delituosos, utilizarem o direto ao silêncio para não responder as perguntas contra eles formuladas. Ora, se tem algo absurdo nesse contexto é a imprensa querer negar a efetividade de um direito que se encontra tutelado na Constituição da República, que é a Lei maior de um ordenamento jurídico. Bom, mas deixando os termos jurídicos de lado, este direito constitucional nada mais é do que a garantia de que ninguém é obrigado a produzir prova contra si, muito menos um investigado em um caso de grande repercussão da mídia gaúcha. O que será que o Lasier Martins quer? Que os acusados, ao serem questionados sobre sua participação no esquema profiram repostas do tipo: “ah realmente eu desviei dinheiro dos cofres públicos, sou culpado, atirem pedras em mim!”? É lógico, que qualquer investigado (lembrem do bafômetro), não deve responder as perguntas que no seu entender vão lhe prejudicar. É um direito dele, consagrado, instituído na nossa Constituição. Ninguém é obrigado a produzir provas contra si. Tavez seja antiético chegar na CPI e dizer que irá utilizar seu direito de permanecer calado, mas, e daí, é um direito deles e eles devem utilizá-lo. Isso é inquestionável. Para encerrar, hoje mesmo, vi um programa de fim de tarde em que o apresentador contava (raivoso) os momentos da CPI que ele havia acompanhado: “hum, daí os Deputados perguntaram para o dono da Pensant, se ele tinha contas no exterior, e ele respondeu que somente vai se manifestar em juízo. E então perguntaram para ele se vai se esconder atrás desse pano e ele respondeu, após cochichar com seu Advogado, que pano não, mas sim atrás da Constituição, ah faça me o favor, que absurdo!!!” Pois é, em alguns momentos parece que a democracia incomoda.

domingo, 27 de abril de 2008

Os primeiros 90 minutos

Em Caxias do Sul, Internacional e Juventude começaram a decidir hoje o Entreveiro Pampeano. Desgastados pelos jogos da Copa do Brasil do meio da semana (o Juventude atravessou o país para perder pro Corinthians-AL e o Internacional empreendeu uma jornada heróica, porém destruidora no Beira-Rio), os dois times entraram em campo sob o conceito de novo clássico do futebol gaúcho e uma crescente rivalidade. Além disso, o Juventude havia ganho os dois últimos jogos disputados entre as duas equipes, o que só aumentava o brilho da decisão.
Em campo, o que se viu foi um jogo parelho. Com um time totalmente desfalcado (Edinho, Alex, Guiñazu, Jonas, Wellington Monteiro, Renan, Maycon,...), o Internacional escalou o jovem Danny improvisado na função de primeiro volante, junto com Magrão. À frente, o inoperante Ji-Paraná ao lado de Andrezinho, de boa atuação contra o Paraná. Na frente, Nilmar e Fernandão e, atrás, Índio, Orozco e Marcão. Clemer guarnecia o gol. Do lado do Juventude, o time principal. Mendes, que era dúvida, foi pro jogo, ao lado de Lauro, que completava 498 jogos com a camisa verde.
O primeiro tempo foi de igualdade, com poucas chances. Apenas no fim do jogo, depois de um cruzamento, Danny cabeceou de forma fulminante e o bom goleiro Michel Alves fez bonita defesa. De resto, batalhas no meio campo, entupido de jogadores. Nada mais clássico em uma final de Campeonato Gaúcho. O segundo tempo começou com o Juventude tentando pressionar e fazer o seu gol: o time de Caxias sabia que teria que ganhar, já que em Porto Alegre o Colorado tem se mostrado forte. Já o Internacional parecia contente com o empate, visto que apenas contra-atacava, não tinha a iniciativa do jogo. Quando o jogo chegou no momento crucial, lá pelos 30 minutos, os treinadores começaram a promover alterações. Foi aí que entrou um jogador que mudaria a história do jogo: Titi.
Ele entrara na vaga que Ji-Paraná que, a bem da verdade, não jogou nada. O jogo transcorria para o 0 x 0 quando, aos 40 e poucos do segundo tempo, Titi, estabanado, tosco, imbecil (e qualquer outro adjetivo que vocês possam imaginar) entrou furiosamente em cima do jogador do Juventude, sendo expulso na mesma hora. Agora, o Juventude teria alguns minutos para a pressão final. Então, aos 47, Fernandão, o capitão, a luz do time do Internacional, inexplicavelmente, cagou! Perdeu a bola na intermediária do Internacional. O jogador foi ao fundo e cruzou, ficando fácil para seu companheiro completar, de cabeça. Aí é que entra a culpa de Titi, já que era para o nosso companheiro estar nessa parte do campo, marcando. Mas não, o mesmo estava no banco de reservas, tomando uma água, certamente.
Com a vantagem, o Juventude só precisa empatar no Beira-Rio para ser campeão. Mas não se pode menosprezar o Internacional: quarta-feira passada está aí para provar. Mesmo assim, ficou complicado. Pode ser que o gol tomado no final do jogo em Caxias custe caro. Deve-se dizer, entretanto, que o Internacional contará com a volta de alguns jogadores no próximo domingo, entre eles, Alex, o melhor jogador do time.
Portanto, a vitória acabou sendo um prêmio ao Juventude, que pareceu estar mais disposto a vencer, o que acabou fazendo, mais por erros do Internacional do que por seus próprios méritos. Terá o time de Abel Braga forças para novamente reverter um resultado adverso? Respostas no próximo domingo.

sábado, 26 de abril de 2008

O Professor Roth e a era da "cegueira"

O Grêmio vive uma época “cega”. Diferentemente da cegueira que descreveu Saramago em seu "ensaio sobre a cegueira”, nós gremistas, vivemos uma era de completa escuridão. O retrato dessa situação é o professor Roth. Não que ele seja o culpado de tudo que vem ocorrendo com o Grêmio ao longo desta década, longe disso, mas Roth é um símbolo da incompetência administrativa, da omissão, da incapacidade de gerenciamento do clube (em todos os setores), da corrupção que esvaziou os cofres do Grêmio, e talvez (pegando um pouco pesado) da estupidez. A figura de Celso Roth ali, como comandante do futebol do Grêmio representa todos esses adjetivos negativos. Tais críticas acabam corroboradas quando ficamos sabendo que ex-dirigentes do Grêmio, recentemente, foram condenados pela justiça pelo crime de estelionato, cometido contra o clube e na época que estava com comando. Somando-se a isso, temos a notícia de que muitos jogadores que estavam no Grêmio, em administrações antigas, foram embora de graça do olímpico, pois não recebiam FGTS. Um exemplo, aquele promissor zagueiro do Grêmio o Adriano. Por falar de gratuidade, o melhor jogador do mundo por dois anos saiu da azenha custando R$ 0.000,00 reais. Como podemos definir esses fatos? Incompetência? Estupidez? Corrupção? Não interessa, ao meu ver, de que forma esses atos devem ser denominados, o que importa é sabermos que o Grêmio vem sendo esfolado por contínuas administrações que, se não jogaram fora o patrimônio do Grêmio, o tomaram para si. Essa é a era que o grêmio vive, uma época cega, escura, com um lapso de lucidez em 2007, mas que foi rapidamente apagado. Só para visualizar a tese da "cegueira", atentem para o time que pode ser formado com jogadores recentemente contratados: Tavarelli, Baloy e Alessandro Lopes, Lucianinho, Paulo Sérgio, Leanderson e Nunes, Yan e Jacosinho, Marcinho “caganeira” e Rico. A culpa é deles por serem ruins? Não, a culpa é dos “cegos” que os contrataram. Os mesmos que, possivelmente, acrescentariam o professor Roth na função de treiná-los. Até quando vamos agüentar isso?

quinta-feira, 24 de abril de 2008

"Fuerza y Raza"

"Para los guerreros, mucha fuerza y raça que mañana viraremos este juego, sin duda." - Cholo. Para aqueles que não conhecem, Cholo é o apelido do argentino Pablo Horácio Guiñazu, volante do Internacional que sentenciou o que acabei de transcrever em espanhol.
Pois Guina, como o argentino é chamado pelo técnico Abel Braga, tinha razão. O Internacional virou o jogo, e como virou. A vitória de 5 x 1 sobre o Paraná pelo jogo de volta das oitavas-de-final da Copa do Brasil garantiu ao Colorado mais do que a vaga: o time agora infla-se de uma motivação superior, capaz de fazer seus torcedores sonharem com conquistas grandiosas num futuro bem próximo.
Ontem, porém, o destino parecia teimar em atravessar os objetivos do Internacional. Com menos de 3 minutos, um jogador colorado já estava estatelado no chão e um gol já tinha sido feito pelo Paraná. Precisava-se de 4 gols então; os pênaltis já não seriam mais possíveis. Foi neste momento em que o imponderável pairou sobre o estádio Beira-Rio. Empurrados por mais de 40 mil enlouquecidos torcedores, os jogadores partiam para cima do pobre Paraná com raiva. Assim, aos poucos, os gols foram sendo empilhados. Andrezinho (predestinado), Índio, Magrão e Fernandão marcaram. Foi uma vitória para nunca mais esquecer. O Internacional avança na Copa do Brasil e agora espera pelos verdes: Palmeiras (possivelmente) e Juventude.
Observação: aqueles que acreditam que Fernandão não faz falta ao time do Inter, que amarela nas horas decisivas, que não divide, etc., deveriam pegar o teipe da partida de ontem e observar porque este jogador se tornou o maior símbolo do Internacional nos últimos tempos. Aliás, já aproveitem e peguem todos os jogos importantes do Colorado desta época: em todos, lá estava Fernandão desempenhando um papel importante, seja fazendo gols, seja marcando. Fernandão é, sim senhores, imprescindível ao time.

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Campeonato brasileiro, e a enfadonha “justiça” dos pontos corridos

Enquanto os campeonatos regionais adentram na suas fases finais, vem se aproximando mais um campeonato brasileiro; ainda, sob a “justa” fórmula dos pontos corridos. Desde a entrada em vigor deste critério de classificação, tenho sido um ferrenho crítico desta fórmula. Trata-se de um estilo de campeonato que, sob o pretexto de ser mais justo, retira do futebol a sua face mais apaixonante, a imprevisibilidade. O futebol, antes de ser um esporte, é um entretenimento, e, sendo assim, deve ter como objetivo lógico entreter quem o assiste. Para tanto, a competição deve ser interessante, e não necessariamente justa. Quando um jogo (e futebol é simplesmente isso) visa prioritariamente um resultado justo, ele perde a graça. Sendo assim, percebe-se que a disputa do título por pontos corridos dificilmente apresentará alguma surpresa. Um campeonato com esses moldes, por ser uma competição que se estende ao longo de um ano inteiro, impede que algo imprevisível ocorra, e assim, a essência do futebol acaba ficando prejudicada. Não há mais a magia do inesperado no campeonato brasileiro. Nunca mais um São Caetano ou uma Portuguesa conseguirá chegar perto de disputar o título como a fórmula antiga permitia. Não existe mais espaço para a imprevisibilidade, para a injustiça, que são os pilares para que um jogo se torne atraente. Somente por isso se chama “jogo”. Está errada esta concepção de justiça imposta. O futebol não pode ser justo. O cerne deste esporte é a grande possibilidade de o melhor perder. Na fórmula atual, pelo grande número de partidas que se tem (sendo que, a maioria é de jogos mornos) pode até ocorrer derrotas surpreendentes durante o campeonato, mas não suficientes para fazer com que algo improvável aconteça ao final. Aí está a nova era do campeonato nacional; que se arrasta por um ano inteiro, totalmente previsível, e sem graça, restando a nós, os entretidos, nos contentarmos em ver o “melhor” sempre vencer, e a "justiça" prosperar. Velhos tempos aqueles em que na última rodada da 1ª fase, o 12º colocado não lutava para se classificar à patética sul americana, e sim para ser campeão. Bastava entrar “entre os oito”. Que saudade.

Finais

Os estaduais (finalmente!) estão chegando ao fim. Tenho uma opinião muito peculiar sobre os campeonatos regionais brasileiros. Tirando o Paulista, que contém uma qualidade técnica de times superior, o resto dos campeonatos só serve para duas coisas: lesionar jogadores importantes e ludibriar os torcedores.
A primeira hipótese foi amplamente comprovada no jogo do Internacional do fim de semana. Os dois jogadores mais importantes do time no momento saíram lesionados de um jogo que já estava ganho: o super Alex, como já diria Marco Antônio Pereira, da Gaúcha, e o incansável Guiñazu.
A segunda hipótese pode ser comprovada pelo Grêmio e, menos fortemente, pelo Internacional. Na Azenha, a seqüência de bons resultados contra times inexpressivos fez com que seus torcedores acreditassem que o time tinha qualidade, enquanto era notório que a equipe carecia de melhores talentos, o que acabou se comprovando mais pra frente, diante de equipes médias (Juventude e Atlético-GO). Já no Beira-Rio essa situação se deu de forma mais branda, através das derrotas para Juventude e mais recentemente para o Paraná. Será o time colorado tão qualificado quanto todos pensavam antes? Somente os resultados dirão.
De qualquer forma, em São Paulo, Palmeiras x Ponte Preta farão a decisão. Me parece óbvio que o título irá para o Parque Antárctica: o time do Wanderley está jogando muito. Em Minas, o clássico Cruzeiro x Atlético decidirá o campeonato. No Rio de Janeiro, Flamengo x Botafogo (vão chorar desta vez?).
Por estas bandas, Internacional x Juventude irão decidir o Entreveiro Pampeano. O Colorado treinou domingo no Beira-Rio contra o Caxias e estava só esperando a definição do adversário. Em Santa Maria, contrariando as previsões de muitos (inclusive a deste que vos humildemente fala), o Juventude impôs-se sobre o Coloradinho e contruiu uma expressiva vitória de 4 x 2, fazendo jus ao fato de ter eliminado o Grêmio na fase anterior. Será uma final empolgante. Sendo clássico ou não, a rivalidade está aí. Magrão queria o Juventude; pois, agora, terá a oportunidade de, junto com os seus colegas, provar ao Rio Grande do Sul que as estatísticas não mentem: o Internacional é touca do Juventude!

sábado, 19 de abril de 2008

Juntando os Cacos...

Após a inexplicável humilhação sofrida pelo Internacional em Curitiba no meio da semana, o time de Abel Braga tenta esquecer o fracasso e volta as suas atenções às semi-finais do Entreveiro Pampeano. Porém, como é possível esquecer o que aconteceu quarta-feira contra o Paraná se a coruja já está pelada no jogo contra o Caxias? A vantagem colorada é muito grande e, com o elenco que tem, não se pode pensar em vitória caxiense. Isto posto, algumas considerações merecem ser tecidas a respeito de Paraná 2 x 0 Internacional.
É preciso dizer que o imponderável parece mesmo povoar a cabeça do técnico do Internacional. As atitudes tomadas por Abel apenas ressaltam o fato de o mesmo ser um comandante de altos e baixos. Senão, vejamos:

a) por que raios Abel tirou Alex da sua posição de origem, na qual está sendo o melhor jogador brasileiro em atividade no primeiro semestre (segundo pesquisa com internautas) ?
b) por que Roger continua recebendo chances, apesar de não demonstrar o mínimo de esforço e dedicação nos jogos, além de ter um passado obscuro na noite porto-alegrense?
c) por que Orozco continua no time, considerando que comete pelo menos uma bizarrice a cada jogo (Danny Morais pede passagem)?
d) por que Abel montou o mesmo esquema tático que sacrificou Magrão e Guiñazu no domingo anterior em Caxias? Ambos estavam esgotados e visivelmente cansaram em Curitiba. Não poderia Abel ter simplificado e posto um primeiro volante no time, dando mais proteção à defesa e poupando a dupla de volantes titulares?

São perguntass que só têm resposta no âmago das divagações do carioca-gaúcho Abel. A vantagem construída pelo time de Bonamigo é grande, porém reversível. Terá a Bergamota Mecânica forças para reverter o resultado? Respostas na próxima quarta-feira, no Beira-Rio.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Como é possível?

Talvez este assunto não seja exatamente “político”, mas, tendo em vista a comoção nacional que o fato causou, o assassinato na menina Isabella merece um sucinto comentário neste blog. Desde a noite de 29 de março, o Brasil não fala de outro assunto. Não interessa que ambiente você está, basta prestar um pouco atenção na conversa ao lado e se constatará que o assunto, no mínimo, vai ser mencionado. Ora, também pudera não é. Trata-se, talvez, do caso de homicídio mais estarrecedor da história brasileira, superando até, o caso “Susane Richtofen”. O que levaria uma pessoa, que é pai, tem dinheiro, de boa família, formado em Direito, que até o momento nunca tinha cometido nenhum fato criminoso, asfixiar sua filha de apenas 5 anos, e não satisfeito com isso, ainda a jogar pela janela do 6º andar?? Eu admito, custo a acreditar que isso é possível. Talvez por isso o fato seja tão chocante. As pessoas não conseguem crer que alguém seria capaz de fazer uma coisa dessas com sua filha. Eu penso que, caso tenha sido mesmo o pai o autor do crime, devemos cogitar acerca da possibilidade de ele sofrer de graves distúrbios mentais. Não posso acreditar que algum ser humano (não louco), seria capaz de tal atrocidade. Mas e se louco, deixa de ser humano? Diante desses fatos, muitas perguntas recheiam a mente das pessoas: terá mesmo, sido eles? Não poderia ter entrado uma terceira pessoa? Mas se positivo, por que uma pessoa entraria no apartamento justamente para jogar uma menina pela janela? Infelizmente a tese da terceira pessoa é muito inverossímil. São perguntas que não tem resposta até agora. Sabe-se que a opinião pública já tem seus culpados. Se foi o pai e a madrasta que cometeram tal atrocidade ainda falta muito tempo para descobrirmos. Todavia, deste mar de dúvidas, salta o único fato certo deste caso, e o que o torna mais apavorante : a menina Isabella morreu nos braços - sendo eles do pai ou não - de um ser humano.

quinta-feira, 17 de abril de 2008

Na terra do Tio-Sam

Enquanto isso, nos EUA, o Papa Bento XVI faz aniversário e aproveita para visitar o país da liberdade. Até aí, tudo bem. O problema é que este é um ano eleitoral nos Estados Unidos, avizinhando-se uma grande batalha entre republicanos e democratas pela Casa Branca.
Dessa forma, impõe-se a seguinte questão: até onde a visita de Ratzinger influenciará o debate americando? O Papa vai aos EUA para falar de aborto, ou seja, para defender os ideais cristãos que condenam tal prática. Notadamente, Ratzinger influencia a disputa, pendendo para o lado dos republicanos, visto que McCain é um defensor ferrenho dos dogmas cristãos.
Acredito que líderes religiosos devem diminuir ao máximo os riscos de influenciarem uma disputa política. O Estado moderno idealizado pelos iluministas americanos do século XVIII era laico e é assim que deve ser. A visita do Papa, dentro dessa óptica, é um erro clássico, mas intencional. Veremos o que as pesquisas de opinião vão dizer.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Política equivocada

Observando de fora as competições, a direção gremista começa (mais uma vez) a renovar o grupo de jogadores. Por incrível que pareça, o Grêmio parte para o 4º time diferente em 4 anos. Muito se diz que a constante troca de técnico é uma coisa normal, mas trocar de time todas as temporadas é uma inovação do Grêmio. Qual o motivo desta política nômade? Sabe-se que, para um time sagrar-se campeão, os jogadores devem ser identificados com o clube que defendem. Com esse troca-troca freqüente de plantel, torna-se difícil que a identidade torcida-jogador ocorra na azenha, o que, conseqüentemente acaba refletindo dentro de campo. No ano que passou, o Grêmio conseguiu montar uma base razoável, mas inexplicavelmente, com exceção de Léo e Eduardo Costa, o time titular, finalista da Libertadores foi mandado embora (Saja, william, Schiavi, Lúcio, Lucas, Sandro goiano, Gavilán, Diego Sousa, Tcheco, Ramon, Carlos Eduardo, Tuta, Marcel...etc). Portanto, daqui um mês (com as prováveis saídas de Eduardo Costa e Léo) o Grêmio deverá firmar mais uma façanha em sua história: trocar todo o grupo de jogadores em menos de 1 ano, um fato preocupante, demonstrando toda a incompetência administrativa que acompanha o Grêmio há tempos. Parece-me unânime a opinião que o Grêmio precisa de uma reestruturação urgente. Uma nova política de planejamento a longo prazo. Os exemplos desse estilo de administração planejada estão ai, um deles não muito longe do olímpico. Basta agora que o Grêmio se conscientize disso e não mais seja autor de façanhas que não servem de modelo a toda terra.

Post Inaugural: Surpresa?

A inauguração se dará com futebol, e não poderia ser diferente. Pelas semi-finais do Entreveiro Pampeano, o Internacional de Santa Maria acaba de dar mais uma demonstração de só quem perde pro Juventude é o Inter da capital e, mais recentemente, o arqui-rival tricolor. Com um gol do lateral João Paulo, o time do técnico Paulo Porto surpreendeu e ganhou por 1 x 0 em Caxias do Sul, tornando a tarefa dos caxienses mais difícil, visto que o jogo da volta será em Santa Maria.
Pelo que fez no primeiro turno, porém, o Inter-SM não deveria ser considerado a zebra dos 4 semifinalistas. Já no primeiro jogo, contra o Internacional de Porto Alegre, deu mostras de que não estava no campeonato para brincadeira, visto que os campeões da Copa Dubai encontraram dificuldades no Presidente Vargas. Marcar Alê Menezes pode ter sido mais complicado que fazer o mesmo com Ibrahimovic, afinal.
Meu palpite para domingo: vai dar empate em Santa Maria, e a final se dará entre colorados.