domingo, 31 de agosto de 2008

Internacional em 2008: sempre a mesma história.

Domingo ensolarado em Porto Alegre; temperatura amena, em torno de 25 graus. O sol, ironicamente, brilha lá fora. Sim, o sol desdenha da minha cara, já que tiro o dia para fazer duas coisas, pelo menos até o presente momento: escrever um trabalho para a faculdade e assistir ao Internacional às 16h. Assim, o clima nas ruas da capital é um desestímulo para as minhas obrigações acadêmicas; todavia, prioridades são prioridades, então espero que o jogo do Internacional me traga alguma diversão. Após a classicação no clássico Gre-Nal, parecia claro que o Colorado conseguiria uma vitória fora de casa e engrenaria no Brasileirão. Ledo engano. Quanta ingenuidade!
O ano de 2008 para o torcedor colorado tem sido, além de triste, muito, mas muito chato. Sabe aquele filme que a tua namorada quer sempre rever e que tu detestas, mas que, em virtude das obrigações que tal situação implica, deves, inevitavelmente, assistir? Aquele filme horroroso, exdrúxulo e entendiante? Pois é; esse é o Internacional de 2008. Uma sucessão de erros que parecem não ter fim e com os quais a direção colorada parece não conseguir lidar. No momento, após o jogo, não escuto as rádios, mas tenho quase certeza que as desculpas são as mesmas: a falta de preparo físico, o campo esburacado do adversário, as lesões de alguns jogadores, a longa viagem, etc.
Tudo isso pode até ser um pouco de verdade, mas não exime o Internacional de buscar vitórias em todos os jogos que disputa. Isso porque o Internacional não é o Rio Grande (glorioso clube da minha terra), que não tem dinheiro para contratar um bom preparor físico. O atual responsável por fazer os jogadores colorados correrem foi buscado a peso de ouro no Fluminense. O campo é esburacado? É claro que é; participa-se do Campeonato Brasileiro, e não da UEFA Champions League. Há clubes que não tem recursos para manter um gramado num bom estado; mesmo assim, se isso servisse como desculpa, ninguém ganharia uma partida no Nordeste, o que não é verdade.
Os jogadores do Internacional também lesionam-se com freqüência, desde o início do ano. Primeiro foi a hepatite, depois problemas estomacais, que ocorreram novamente neste fim de semana. Inclua-se na contagem as seguidas estadas dos jogadores no departamento médico. Alex, Nilmar, Sorondo e muitos outros não conseguem ter uma boa seqüência; volta e meia são acometidos de enfermidades que os deixam parados por um bom tempo, prejudicando o clube. A questão das viagens só pode ser algum tipo de piada; com a estrutura que o clube tem, o mínimo que se pode fazer é organizar racionalmente o calendário de jogos. O Brasil é um país grande e sempre houve grandes viagens; engraçado que não ouço essa desculpa nas vitórias. Vocês, leitores do blog, ouvem? Duvido...
Como se isso não fosse o bastante, o Internacional, atualmente, é um verdadeiro balcão de negócios. O clube perdeu a sua identidade; empresários têm trânsito livre no Beira-Rio, colocando e tirando jogadores a hora que querem. Ou alguém tem dúvida que Orlando da Hora, empresário do Nilmar, não está desesperadamente tentando vender o jogador? Há, também, alguma explicação para o fato de Adriano continuar jogando, senão a de que algum empresário deve estar querendo vendê-lo para o exterior? Tenho certeza de que, na base, há jogadores mais qualificados, profissional e pessoalmente, que o Adriano. Todos em Porto Alegre sabem que o cidadão volta e meia encontra-se perdido na noite. É revoltante...
Portanto, vê-se que os fatos repetem-se ao longo do ano. A história é sempre a mesma, as desculpas são sempre as mesmas. Dentro dessa lógica, acredito que essa lamúria colorada já encheu o saco, tanto pra mim quanto para os leitores do blog. É preciso trocar o filme; a platéia já não agüenta mais este interminável replay. Assim, não falarei mais do Internacional em 2008, a não ser que fatos novos aconteçam, tanto bons quanto ruins. Uma inesperada seqüência de 10 vitórias seguidas, culminando com uma classificação pra Libertadores; um bate-boca público entre Fernando Carvalho e Vitório Píffero, chegando os dois às vias de fato; um inusitado relacionamento homossexual entre o Índio e o Gustavo Nery, indo os dois a público assumir a situação. Enfim, qualquer coisa que destoe dessa rotina irritante e massiva do Internacional em 2008. Caso contrário, só em 2009.
Que me desculpem os colorados leitores do blog que, assim como eu, estão muito chateados. Mas há assuntos mais interessantes para debater. Além disso, essa decisão não atinge meus dois colegas, estando os mesmos livres para escrever sobre o que bem entender. Non bis in idem, meus caros! Fui.
P.S.: o Grêmio segue firme rumo ao título brasileiro, inapelavelmente alheio à tristeza do maior rival. A gangora está mesmo alta no lado azul, apesar do Gre-Nal da última quinta-feira.

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Inter Mata

Em Grenal mata – mata, só dá o colorado. Foi assim no Grenal do século, na sul americana 2004 e ontem não seria diferente. Ou seja, rotina.

Com todo o “respeito”, o g.f.p.a foi covarde. Como tudo o que ganha é com o regulamento embaixo do braço, não abriu exceção nem no que seria um precioso momento para a sua história.

O Inter não tem time, e gastou uma fortuna. Tite está perdido. Suas substituições são, para dizer o mínimo, grotescas. É visível o péssimo momento da defesa colorada. A saída de bola é sofrível. O ataque é Nilmar, e só. Não há laterais, alas, nem o que quer que seja o que o Lopes faça (corre e violenta a bola?). O empate contra o Flamengo representou o adeus definitivo a Libertadores. Clemer tá um baita amigo... Vencer o Sport fora? Seria inusitado, dadas as circunstâncias.

O que o g.f.p.a poderia fazer? Eliminar o colorado da sul americana, mesmo que colocasse o time titular só no jogo de ontem. Os reservas haviam empatado a primeira partida (com gol), o g.f.p.a tem boa vantagem perante o Palmeiras e o adversário de domingo pelo brasileiro pode ser goleado por qualquer time com um mínimo de competência. Os últimos resultados dos gremistas (derrota para o Flamengo e empate com o Náutico) são ilusórios. O g.f.p.a jogou como jogou contra os outros times, e como em toda a sua vida: mal. Somou 1 ponto (o Cruzeiro, também em duas, não pontuou fora) e continua embalado na ponta. Os titulares gremistas poderiam entrar nesta única partida, despachar o rival e, sei lá, mandar os juniores enfrentar o U. Católica. Seria a maior flauta gremista dos últimos tempos, maior inclusive do que se ganhar o brasileiro.

O g.f.p.a teve medo. Faltou “bolas”, compreende? Preferiu a cautela. Tenta nos convencer que despreza o clássico. Mas isso é o tipo de mentira que só a imprensa azul aceita. É evidente que o g.f.p.a tinha mais a perder com uma eliminação, afinal, é o líder. Mas que líder é esse que se acovarda? Seria o líder do apito (São Paulo, Ipatinga, Vitória, 9 pontos...)?

O g.f.p.a poderia eliminar o Inter e partir para seu asqueroso título brasileiro. Preferiu, digamos, se preservar. Infelizmente futebol não é justo, mas deveria punir essa falta de ambição. Reservas num clássico aqui no gauchão, ou nos pontos corridos do brasileirão, quando há uma decisão próxima ou muitos lesionados é justificável. Agora, pra toda a América ver? Vergonha...

E o Inter, que nem time tem, mata o g.f.p.a... ROTINA.

Ahh... e o motivo de tanta festa pelo empate? Duas avalanches, compreendem?

sábado, 23 de agosto de 2008

O sofrido sufrágio universal


Quase ninguém percebeu. As eleições estão aí. Daqui a pouco mais de um mês (isso mesmo) estaremos escolhendo os novos chefes do poder executivo municipal, bem como os membros das câmaras de vereadores de nossos municípios. A par do fato de que muitos dos leitores do blog são de Rio Grande (vulgo "big"), cidade muito querida para mim, peço licença para me focar nas eleições de Porto Alegre.

O certame está lançado. Candidaturas definidas. Chapas todas montadas. Porto Alegre prepara-se para escolher quem irá para o segundo turno com José Fogaça, atual prefeito da capital. A meu ver, essa é a conclusão óbvia do certame político de Porto Alegre. Observo atentamente. Onix Lorenzone, inacreditavelmente se juntou ao "rapper" e "deputado estadual" Mano Chenges (não sei o nome dele) formando umas das chapas mais bizarras da história. Do outro lado, três mulheres e a mesma filosofia política originária, o socialismo. Três concorrentes de esquerda. Cada uma em seu nível. Rosário (que deve ir ao 2º turno) faz parte do PT, atual esquerda conservadora. Manuela. E aí beleza? É do PC do B. Partido Comunista? Que comunismo ela será capaz de implantar em POA? Ademais, me parece ainda muito inexperiente para assumir um cargo desta monta e o partido dela sofre grande resistência dos porto alegrenses. O PSOL de Luciana Genro, na teoria é o mais radical, não tendo ainda capacidade de obter uma aceitação política apta a classificá-la para o 2º turno. No mais, temos ainda, Marchezan e os "clássicos" candidatos bizarros, Vera Guasso e Júlio Flores.

Todavia, no todo, todos acabam sendo iguais. Os mesmos discursos repletos de demagogias. Saúde, educação, segurança, emprego... blá, blá, blá. Meu Deus, eu só tenho 23 anos e já estou com náuseas deste discurso repetitivo. Todos os candidatos, sem exceção, aparecem saltitando por entre campos floridos ao som de um jingle marqueteiro. Eles, na teoria, são todos bons, honestos. Somente se importam com a felicidade da população. Talvez os candidatos atuais estejam pagando por uma herança podre deixada pelos políticos de outrora. Mas o fato é que todos os discursos parecem forçados. A Luciana genro, de cachos tradicionalmente “rebeldes” como ela, apareceu, acreditem, de "chapinha".

Na verdade, atualmente, o mais complicado é ser eleitor, que deve filtrar todos esses jingles comoventes, as frases ensaiadas e as lindas imagens de Porto Alegre que são relacionadas aos candidatos nos programas políticos e escolher o candidato certo (porque depois ele é o culpado). Não é mole. Todos paracem criaturas divinas!

E ainda - já ia esquecendo, cabe ao (coitado) eleitor escolher entre o gaúcho da copa, o zé do táxi, o vocalista do Chimaruts e o tarciso (flecha negra), quem é que vai compor a nossa Câmara de vereadores. Tá foda.

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Projeções para a Dupla

O mês de agosto vai chegando ao fim e o campeonato brasileiro começa a definir a realidade dos clubes em 2008. Título, libertadores, sul-americana e fugir do rebaixamento são os objetivos traçados; partindo desse pressuposto e somando-se ao fato de que a janela de agosto está terminando e dificilmente os times mudarão significativamente, é possível fazer algumas previsões. Acompanhando o bem-aventurado post abaixo, sejamos bairristas e analisemos as possibilidades da dupla.
Comecemos com o tricolor, que lidera o certame com uma boa vantagem de cinco pontos. Assisti à derrota gremista ontem por 2 x 1 para o Flamengo e não vi nada demais. Há setores da torcida e da imprensa que já começam com alguma chiadeira em relação ao desempenho do time, com a qual não concordo. Vi um bom jogo de futebol, um embate entre dois bons times, e me parece que as dimensões do Maracanã fizeram a diferença. O time gremista não é rápido, joga mais cadenciado. Além disso, marca sobre pressão. Pois o tamanho do campo de jogo carioca influenciou negativamente esses dois aspectos da mecânica de jogo tricolor. Ainda assim, o Grêmio poderia ter saído do Rio com um empate se sua zaga não tivesse falhado no segundo gol, ao final do jogo. Entretanto, não há motivos para pânico. Palmeiras e Cruzeiro perderam na rodada e a distância continua em cinco pontos. Confortavelmente instalado na primeira posição, o Grêmio tem gordura pra queimar e parece que o fez na hora certa. Não voltará a perder desta forma, penso.
Quanto ao Internacional, conseguiu uma grande vitória contra o Palmeiras por 4 x 1. Depois de um começo esdrúxulo, a equipe colorada superou as expectativas e virou o jogo, passando por cima de erros gritantes da arbitragem e das críticas. Alex deu novo ânimo ao time; D'alessandro está mostrando a que veio; Magrão deu mais qualidade na saída de bola; por fim, Guiñazu, soberbo, esplêndido, extraordinário. O argentino veste a camisa e dá a vida em campo. Mantê-lo no elenco foi a maior contratação do Internacional na temporada. Contudo, apesar de alguns destaques individuais, é nítido que a equipe não tem entrosamento e nenhum senso tático. A defesa colorada é totalmente desorganizada, o meio não funciona e o ataque perde muitos gols. Não há campanha que suporte tantos erros. O Internacional está pagando o preço pela falta de profissionalismo do Abel e pelos erros de uma direção prepotente, que ainda se acha campeã do mundo e se esqueceu que futebol se faz com resultados imediatos, sempre. Infelizmente, quando as coisas se acertarem, será tarde demais e o ano estará perdido, mais uma vez, como foi em 2007. Vitório Píffero: quando irás aprender que futebol é repetição de time e que transformando o Internacional em um balcão de negócios inviabilizas esta prática? Quem continua pagando a conta é a torcida colorada. É de se esperar, pelo menos, um final de ano digno, terminando a competição com bom futebol e vitórias.
P.S.: meus P.S.'s já estão virando regra, mas enfim: alguém, por favor, pega esse empresário do Nilmar, o senhor Orlando da Hora, e manda o sujeito para as Ilhas Faroe, por favor. O mais longe possível do Beira-Rio, de preferência.

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Bairrismo

Inter x São Paulo, 2006. Enquanto o colorado dava sua volta olímpica, Cleber Machado elogiava a estrutura do São Paulo, a direção, a torcida, o massagista, a moça do cafezinho e tudo o mais que lá exista. Para não ser traído pela memória, aqui estão suas palavras: “parabéns ao são paulo futebol clube, a todos os seus torcedores, por que não é fácil conquistar uma libertadores, que dirá chegar a seis finais em onze participações, ganhar três títulos, e repetir, como fez lá nos anos 90, quando o são Paulo foi finalista em 92, 93 e 94, o São Paulo nesses anos 2000, em 2005 e 2006, faz duas finais de libertadores, isso É PRA TIME MUITO GRANDE. Aos jogadores, diretores, treinadores muito competentes. Um só pode comemorar”. É surreal, para dizer o mínimo, este ode ao SPFC, especialmente por ter ao fundo as imagens da comemoração do, para o Cleber, intruso. Fiquei até constrangido com o título e, desde já, minhas desculpas a bambizada!

Os caras simplesmente perderam a vergonha, o profissionalismo, enfim, a postura não condiz com integrantes de uma emissora pretensamente nacional.

Ontem, mais uma vez, Cleber, acompanhado do glorioso Arnaldo César Coelho – o mascote do Galvão, narrou só para um estado (com algum problema de atraso na transmissão, repararam?), esquecendo do Rio Grande. Em determinado momento Arnaldo Cesar Coelho diz que “Guiñazu não é jogador de futebol”. Martinez então deve ser... O deboche com que Coelho tratou Guiñazu, o melhor da partida, foi, para dizer o mínimo, lamentável.

O desapontamento dos globais com a vitória colorada (conquistada com raça, mas ainda sem entrosamento, com falhas clamorosas da defesa e com a circunstância, dificilmente repetível, de virar o jogo em dois minutos) só nos passa o seguinte recado: sejamos bairristas, cada vez mais!

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Raro talento



Na manhã chuvosa e sonolenta de segunda-feira, tive a sorte de assistir a partida Brasil x Alemanha, pela semi-final do torneio olímpico de futebol. A seleção começou visívelmente nervosa, errando passes e num lance bizarro (estilo clemer+bolivar) de nossa zaga, as Alemãs abriram o placar. A partir daí o que se viu foi um maravilhoso show de futebol. O selecionado feminino virou a partida para 4 x 1, sendo que, com quatro lindos gols. Nenhum de balão para área (única jogada das adversárias). Unicamente no talento. Puro. Simples. Eficiente. Confesso que em determinado momento imaginei a fantástica (esse é o termo) Marta vestindo a camisa 10 do tricolor. Ela é, definitivamente, um craque de bola. Com a devida proporção, não vislumbro muitos jogadores masculinos, no mundo, com a habilidade que tem Marta. O terceiro gol brasileiro foi marcado em uma jogada genial dela. Com a bola grudada em seu pés, adentrou em velocidade na área alemã e mesmo cercada por três zagueiras, colocou de biquinho, lindo, no cantinho, perfeito. Lance de talento raro. Fico pensando, o que Marta teria feito no lugar do atacante Reinaldo do Grêmio, naquele lance no final do jogo de ontem. Ela teria até vergonha de fazer um gol tão fácil. E o Reinaldo... bom, esqueçam. A seleção ainda tem a Cristiane. Baita atacante. Dois gols na partida, sendo que o último... bom, um golaço. Admito, que mesmo achando que futebol arte é coisa de veado, fiquei feliz ao assistir esse jogo, até vibrei, meio sem jeito, já que me acostumei a vibrar com o nosso (masculino) futebol "eficiente". Se elas vão ganhar? Não sei. Mas já fiquei satisfeito.

Ps: Afinal, aonde foi parar a vara da Murer?

Ps2: Surgiram boatos que o Diego Hipólito está sendo investigado pelo sumisso da vara.

domingo, 17 de agosto de 2008

Há um bando entre os times

Chega de textos pífios pra levantar a moral da nação. Chega de gratidão também. O colorado foi patético, pífio, infeliz, deu nojo. Porra, quantas vezes digo que não podemos contar com a sorte? Gols impedidos não nos favorecerão! Jamais seremos campeões no apito! O Inter sempre teve que trabalhar muito pelas suas conquistas. O dia que quatro marginais fardados com nosso manto forem expulsos ao chutar e cuspir em um juiz após a marcação de um pênalti, este pênalti será convertido e ponto.

Mas tudo isso foi esquecido. A começar por esta coroa ridícula com a qual não me conformo. Primeiro, é gay. Segundo, é de uma arrogância mudar o símbolo do clube por causa de uma conquista. Achavam o passado indigesto? É quase como confessar que tinham inveja... Nestes dois anos de muito discurso e poucos objetivos alcançados, sempre olho pra essa coroa. Tenho uma puta vergonha dessa coroa. A culpa é da maldita coroa!

Falta indignação. Falta PORTÃO 08 na cola dessa direção. Nessas horas penso no São Paulo FC (roubado hoje), que ao vencer uma libertadores e um mundial, enfileirou dois brasileiros seguidos, e, se não me engano, está desde 2003 participando da competição continental mais importante. E depois Sr. Pífio vem me dizer que é natural um time que “conquistou tudo” cair de produção. Só na terra da camaradagem do Abelão. Faz-me o favor!

E quarta um empate com os reservas do “Apito F.P”... Fundo do poço? Claro que não! Faltava a goleada de hoje, para um Vasco em crise política, técnica, tática e etc. Um Vasco desfalcado de Leandro Amaral, recém órfão de Morais, enfim, um grupo fragilizado.

A condição física não é desculpa. Elimina, é verdade, a competitividade pela ponta. Mas o Ipatinga é goleado (e eventualmente vence...) com garra de seus jogadores. Os caras sabem que estão na segunda divisão, e lutam! Assim como o próprio Vasco e o Santos, ambos também com muitas modificações em seus elencos “planejados” no início do ano.

Vaza Clemer! Vaipá... O fato de tu ser colorado não quer dizer nada! Ou a nação me toleraria ali na meia direita pelo fato de ser colorado? Tu salvou o Inter? Tanto quanto entregou na tua passagem. Me lembro muito bem de grandes defesas na libertadores. Mas e aquele segundo gol do São Paulo no beira? O Inter, apesar de falhas bizonhas de tua parte, te permitiu que continuasse, tu ganhou um salário, que não é pouco, e títulos que poucos têm. Aposenta!

Os Jogos Olímpicos e o Brasil

Estamos no meio da maior Olimpíada de todos os tempos e, mais uma vez, o desempenho dos atletas brasileiros é, pra dizer o mínimo, ridículo. Um Estado que postula uma posição relevante no cenário mundial, com quase 200 milhões de habitantes, não pode resignar-se com tão indigna situação. A cada nova Olimpíada a história se repete: os atletas brasileiros chegam cheios de esperança e força de vontade, mas acabam esbarrando na melhor preparação dos estrangeiros. O resultado é assustador: derrotas vexatórias, humilhações e uma exaltação forçada do velho e mentiroso ditado "o importante é competir". Pois bem, digam isso para os americanos ou os chineses...
De fato, é notório que as causas do pífio desempenho brasileiro nos Jogos Olímpicos tem íntima relação com a exdrúxula política esportiva aplicada no país. Como é de conhecimento geral, os grandes esportistas se moldam cedo, principalmente nas escolas. Contrariando esta regra básica, na rede pública de educação brasileira, a regra é a falta de quadras poli-esportivas, a falta de professores, a falta de estrutura, incentivo e apoio. Engana-se quem pensa que a situação nos colégios particulares é muito diferente: apesar da estrutura ser um pouco melhor, dá-se ênfase apenas ao futebol. Os outros esportes são residuais; não há grandes incentivos e a aula de educação física resume-se a um embate futebolístico entre os alunos. Isso, é claro, em se tratando de ensino médio. Quando chega-se ao terceiro grau, o que acontece é muito pior: a atividade física passa a ser optativa e 99,9% dos acadêmicos se forma alheio à prática esportiva.
Soma-se esta realidade à doentia relação que o brasileiro tem com o futebol e o resultado é este: somos espetaculares com bola no pé, mas extremamente incompetentes em qualquer outro esporte, salvo raras exceções. No Brasil, respira-se futebol 24 horas por dia; é o ópio do povo, alguns podem dizer. Isso é uma meia-verdade, já que hoje em dia quem sustenta o futebol é a elite, seja pagando altos preços para ter acesso aos estádios, seja contribuindo mensalmente com o clube, ou ainda adquirindo o chamado pay-per-view. No fim das contas, as atenções estão todas voltadas ao futebol e as outras práticas esportivas acabam no limbo, tendo que sobreviver com migalhas. Em tempos de Olimpíadas, as televisões não cansam de exibir histórias de brasileiros que mal têm o que comer mas que se dedicam ao esporte. Como esperar que esses sujeitos tenham um desempenho satisfatório na maior competição esportiva do planeta, enfrentando adversários que passaram anos treinando, com uma base inquestionavelmente superior?
Portanto, enquanto não houver uma mudança drástica na forma como se trata o esporte no Brasil, não haverá melhora significativa no desempenho olímpico. Sinceramente, quando observo nossos atletas chorando na televisão ao ganhar uma medalha de bronze, sinto um misto de pena e compaixão. Eles são vencedores na vida, com certeza, porque tiveram que superar imensas dificuldades. Mas não é possível que nos contentemos com tão coadjuvante participação na cena esportiva mundial. O esporte, assim como outras riquezas, reflete pujança, poder e status. Pois o Brasil nos Jogos Olímpicos é a réplica perfeita do tamanho dos problemas que precisamos superar.
P.S.: não seria mais prático utilizar os recursos do Ministério do Esporte para naturalizar Michael Phelps?

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Salvem o Centenário!

Os cabelos brancos, dizem, indicam sabedoria e experiência. O idoso merece respeito, tanto que um estatuto lhe é destinado neste país. Fazer 100 anos deveria ser motivo de orgulho, ainda mais para o Velho Saci, um aleijado maltrapilho rejeitado ainda quando era uma idéia, nascido para destronar o preconceito alheio. Forasteiros o conceberam. Pobres e negros o acolheram da desgraça dos primeiros anos à redenção nos inesquecíveis anos 70. Na iminência de perder sua casa dos anos 20, seus filhos o salvaram com todo tipo de auxílio. Quando a nobre casa, inesquecível morada do rolo compressor e de uma copa do mundo, já não era suficiente para tantos rebentos, estes ergueram um Gigante. E quando o Gigante precisou de amparo, seu povo não lhe faltou. Um “clube do povo”, democrático, brasileiro e gaúcho, simbiose da técnica e da raça, único palco do futebol brasileiro no Rio Grande.

Dizem por aí que o Velho está cheio da grana. Rico. Blasfêmia! Alguns de nossos mais corajosos e capacitados irmãos cuidam muito bem de suas finanças. Outros, abonados ou simplesmente dispostos a sacrificar o pão de seus filhos formam o maior número de sócios do Brasil. Não é fato para surpreender. Um povo sem a benção do acaso, da sorte ou do milagre, calejado por tantas decepções – mas nunca rebaixado a níveis inferiores – constrói seu próprio destino. E sabe que em tempos difíceis não aparecerá polpudos cheques de empresários multimilionários.

É crível um negro perneta constituir uma nação? Tudo se pode crer vindo desde senhor de 99 anos bem vividos. E o centenário se aproxima. Como honrar esta memorável data? Aqueles filhos corajosos e capacitados planejaram algo grandioso: o Brasil, a América e o Mundo. 100 mil sócios. Nada megalomaníaco! Tudo o que aquele rejeitado ainda quando era uma idéia merece.

Mas o futebol se perdeu. O “nome” foi prestigiado em detrimento da “eficiência”. As apostas convergiram para alguns jogadores cujo momento parece ter-se ido. Etapas não foram obedecidas. Há grandes jogadores; não há time. Uma transição, que deveria ter sido concluída em 2007, ocorre em meio a um brasileiro estranho, avesso, repulsivo. Enfim, um ano nada condizente com a trajetória colorada.

A nação, da incredulidade passa à decepção, e da decepção à revolta. Marcão não deve voltar. Foi dispensado pelo povo. Edinho, um irmão, precisa mudar. É terrível vaiá-lo, mas está a merecer. Taison pode ser o craque da pelada do fim de semana. É jogador de bola. Monteiro na direita é idéia do Abel, e Abel não tem idéias que prestem. Não há convicção tática...

É possível salvar o centenário? É. O Santos, em 2007, acabou o primeiro turno na oitava posição, com 27 pontos (8 vit, 3 emp, 8 der) um a mais que o Inter 2008. O Flamengo, apesar de ter atuado no primeiro turno apenas 16 vezes, estava na zona do rebaixamento, com 18 pontos (4 vit, 6 emp, 6 der). Ambos se classificaram para a libertadores, com duas realidades diferentes. O limitado Santos do grande Luxa conquistou 35 pontos no segundo turno (11 vit, 2 emp, 6 der). Um Flamengo que foi ao mercado contratar, nas mãos do peculiar Joel Santana, fez 43 pontos (13 vit, 4 emp, 5 der).

Definir um time, apostar no mesmo e cobrar atitude. Evitar que “centenário” não seja sinônimo de decepção, como foi com uma certa agremiação em 2003 ou até mesmo o galo mineiro este ano. Tudo simples na teoria, complicado para o nosso contexto. Mas não há mais em que se apoiar. A Libertadores é a única salvação do centenário.

Semana GRENAL


Está aberta a semana grenal. Desta vez a "peleia" é pela copa sul americana. E é no beira-rio. Todavia, a semana que passou trouxe alguns fatos que transformaram esta disputa e ao meu ver, fez do Inter o grande favorito. Os resultados da última semana, 1 x0 sobre o ipatinga e 0 x 4 contra o Atlético MG, serviram para consolidar de vez a liderança tricolor. Agora são cinco pontos de diferença para o segundo colocado, são 10 pontos de distância para a zona de corte da libertadores. Portanto, o segundo turno para Grêmio reserva fortes emoções e definitivamente cada jogo, a partir de agora, é um decisão. A primeira "final" será já no domingo no Olímpico contra o São Paulo, que ainda sonha com a conquista do "tri" nos pontos corridos e sabe que a vitória sobre o Grêmio é essencial.


Ainda na Zona intermediária da tabela o "Real" Internacional, com um time dos sonhos formados pela competente e ousada direção colorada, não consegue deslanchar. Os resultados da última semana: derrota em Minas e empate em Porto Alegre pressionaram o colorado e a necessidade por uma seqüência de bons resultados, que ainda não veio, já balança o "pastor" TITE. Diante desta situação, o GRENAL desta semana é a oportunidade que o Inter pediu a Deus para se recuperar e ao que tudo indica o colorado irá com força máxima para cima do Grêmio. Esta disputa regional surge como uma luz para o Inter.


Para o Grêmio, este grenal vem no pior momento. Qualquer mal resultado poderá atrapalhar o bom trabalho de Roth, que acena em botar um time reserva no clássico. O Grêmio vive um momento fantástico no brasileirão e se vê diante de um grenal tenso, difícil, contra um grande time, que se jogar bem, pode causar muitos problemas para o time de Roth e como se sabe, uma derrota no GRENAL pode atrapalhar tudo que foi feito até agora. A vitória não muda muita coisa pelos lados da Azenha. Já para o colorado pode ser a redenção.


Está aberta, mais uma semana, do maior clássico do mundo.

segunda-feira, 4 de agosto de 2008

O Final de Semana

- Grêmio 2 x 0 Vitória: cada vez mais líder, o Tricolor passou, dessa vez, pela equipe de seu ex-técnico, Vágner Mancini. O time baiano vem fazendo boa campanha no campeonato, quase sempre presente no grupo dos postulantes à Libertadores da América. Ainda assim, o Grêmio não tomou conhecimento dos rubro-negros e venceu mais uma dentro de casa, apesar de sofrer um pouco com a pressão exercida pelo Vitória após o primeiro gol. O Tricolor continua firme na ponta da tabela e agora terá um jogo-jogado na quarta-feira, contra o lanterna Ipatinga. Somente se acontecer uma catástrofe, tal qual vimos no jogo do Internacional, os azuis não ganham os três pontos. Atualmente, levando em consideração o time, as atuações, o grupo e a gordura acumulada, ouso dizer que o clube da Azenha já está na Libertadores de 2009. O título ainda está em aberto, visto que o Cruzeiro segue de perto os passos do Tricolor. Entretanto, em todos os campeonatos de pontos corridos, o vencedor do primeiro turno se sagrou campeão. Terá o Grêmio o mesmo destino? Veremos.
- Fluminense 1 x 2 Internacional: mesmo jogando um futebol pobre, o Colorado trouxe os três pontos na bagagem do Rio de Janeiro. A primeira vitória fora de casa era inevitável e o trabalho de Tite já começava a ser questionado por alguns setores influentes no Beira-Rio. Do Maracanã, algumas conclusões podem ser tiradas, senão vejamos:

a) o Internacional é, hoje, dependente de Nilmar; 9 dos 19 gols do time no campeonato foram marcado pelo Golden-Boy Colorado.
b) Sorondo é o melhor zagueiro do Beira-Rio, assim como Wellington Monteiro é o melhor lateral-direito; Rosinei mostrou ser um bom jogador, mas ainda é cedo pra dizer se terá espaço no time, já que D'Alessandro e Daniel Carvalho vão jogar e Guiñazu não deve sair.
c) com a cobertura qualificada de Sorondo, Marcão pôde apoiar e jogou melhor que ultimamente; Gustavo Nery terá que provar ser a melhor opção para a lateral-esquerda.
d) o time do Internacional ainda se ressente da política esdrúxula de Abel Braga de não treinar; o time visivelmente cansa no segundo tempo.

Portanto, nota-se que Tite ainda terá um longo trabalho a fazer. Na verdade, o mais importante dessa partida foi a vitória, já que a mesma tirou o peso insuportável das costas do treinador por não vencer fora de casa. A Libertadores é um objetivo possível para os vermelhos nesse campeonato de perde e ganha. Veremos se o Colorado tem bala na agulha para atingir a meta e não comprometer o Centenário.