segunda-feira, 30 de junho de 2008

Taison

Vibrante, corajoso, arrojado, atrevido, habilidoso e com personalidade. Este é Taison, o garoto que renova as esperanças coloradas pro resto do Brasileirão. Surpreendeu o esquadrão gremista, correu, chutou, driblou e foi o nome do Gre-nal. Renan foi ingênuo, no mínimo e acabou comprometendo a vitória. Coisas do futebol.
P.S.: o Internacional tem técnico.

sábado, 28 de junho de 2008

O Maior de Todos

Está chegando a hora. O Rio Grande vai parar neste domingo para assistir o Gre-nal número 370, o maior jogo de futebol do planeta. Podem me chamar de bairrista ou qualquer coisa parecida, mas não há melhor forma de adjetivar este jogo. Não existe clássico no planeta igual ao Gre-nal; não falo aqui, obviamente, em termos técnicos, mas sim na questão da paixão, do amor, da mobilização, da batalha.
É no Gre-nal que nós, gaúchos, exaltamos o que temos de melhor e o que nos torna diferenciado do resto do Brasil: a extrema valorização que damos pra terra que tanto lutamos para conseguir. É também no Gre-nal em que o antagonismo presente entre as duas torcidas torna o jogo ainda mais atraente; o vermelho contra o azul dá a impressão de que o mundo é divido entre essas duas cores, criando um espetáculo de uma beleza sem precedentes. É empolgante e só quem já viu um Gre-nal ao vivo sabe do que estou falando.
Nostalgias à parte, o clássico número 370 aponta o Grêmio como favorito, pelo melhor momento que vive. Apesar de recusar o rótulo, o Grêmio sabe que passa por uma boa fase, ao contrário do arqui-rival. Dividindo a liderança do campeonato com outros times, o tricolor está com um time azeitado, com uma forma de jogar definida e com a melhor defesa do campeonato. Por outro lado, o colorado está nas últimas posições. Parece perdido depois da saída de seus ídolos e o técnico Tite ainda procura a melhor formação para o time. O projeto do centenário colorado passa diretamente pelo jogo deste domingo. Uma vitória pode significar, além de um salto na tabela, uma motivação fora do comum. Todavia, uma derrota afundaria o Internacional numa crise não vista desde 2002 no Beira-Rio.
Neste momento, cabe parafrasear um famoso jogador, que uma vez disse, com distinta eloqüência: "Gre-nal é gre-nal e vice-versa". O que ele quis dizer com isso? Que em Gre-nal qualquer previsão é mera especulação. Dentro dessa lógica, o parágrafo anterior mostra-se como um chute no escuro, apenas uma teoria. Nas quatro linhas, tudo pode mudar, ainda mais em se tratando de Gre-nal. Entretanto, uma opinião deve se basear em fatos concretos, e foi o que eu disse ali em cima: se prevalecer a lógica, o Grêmio sairá vencedor. Vejamos o que o Gre-nal 370 tem para nos apresentar.
Em tempo: Ibsen Pinheiro disse uma vez: "Gre-nal arruma ou desarruma a casa". Será o caso deste domingo?

quinta-feira, 26 de junho de 2008

INTERESSE DE QUE(M)?

Há uma semana atrás foi promulgada uma das Leis mais autoritárias da história deste país. Trata-se da nova disposição inserida no Código de Trânsito brasileiro que torna ilegal dirigir após o consumo de qualquer quantidade de álcool . Cumpre ressaltar que se a pessoa tiver mais de 0,6% de álcool no sangue (mais ou menos duas long necks) estará cometendo um crime, ensejando processo criminal e tudo. Ora, tal medida é proporcional? Eu, pelo menos, estou convicto que não . Leis como essa devem atingir a consciência das pessoas que, ao invés de aceitarem caladas tamanha arbitrariedade, devem se perguntar: qual é o limite da restrição de nossa liberdade em nome de um suposto “interesse coletivo?” Qual o interesse? Ou melhor, interesse de quem? São perguntas que devem ser feitas. Devemos refletir até que ponto o Estado pode se intrometer na vida dos indivíduos? Será que há a necessidade de proibirmos as pessoas de beber uma cerveja enquanto desfruta de um churrasco? Será que meu Avô não tem direito de degustar um vinho com minha Avó enquanto jantam em um restaurante sem que, após, possam ser fichados como foras da Lei? São muitas perguntas que podem (e devem) ser feitas diante de tão esdrúxula Lei. Hoje mesmo (quarta), saí da PUC/RS e me dirigi até a casa de um amigo. Assistimos a final da Libertadores enquanto tomávamos umas cervejas e comíamos um entrecot. Durante a janta nos perguntávamos: Será que merecemos ser considerados criminosos por termos feito isso? Segundo a nova Lei, qualquer quantidade de álcool torna-se passível de, no mínimo, ensejar sanção administrativa (multa de 935 reais e a perda do direito de dirigir por um ano). Novamente pergunta-se: é razoável tal medida? A meu ver, a Lei peca pela generalização, pela afronta ao princípio da isonomia. Iguala o embriagado com a pessoa que bebeu socialmente (dentro de seu limite de liberdade). Todas estas considerações são para exigir que questionemos mais esta intromissão em nossa liberdade individual. A grande questão é analisarmos até que ponto nossa liberdade pode ser sacrificada em nome de interesses coletivos? Interesses coletivos de quem? Nós, o povo, concedemos ao Estado o poder de interferir tão diretamente em nosso cotidiano? Para mim, não se pode aceitar tamanha intromissão. Talvez esteja sendo um tanto demagogo, mas nunca estive tão convicto de que a nossa liberdade individual foi abruptamente restringida, e não sei em nome de que(m).

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Campeonato brasileiro 2008

Aos poucos o campeonato brasileiro de 2008 vai se desenrolando e com ele já surgem algumas considerações interessantes. Ao que tudo indica não vamos ter no atual brasileirão um time muito melhor do que os outros, como ocorreu nos dois campeonatos anteriores (São Paulo), a ponto de já ser possível profetizar que a disputa pelo título deste ano será decidida nas últimas rodadas e provavelmente com um número grande de times postulando a coroa nacional. Chama atenção também, a baixa qualidade apresentada até agora pelo time do Santos FC, que nesta década já abocanhou dois títulos nacionais (um nos pontos corridos), que, liderado por Cuca, foi humilhado nesta rodada pelo modesto Goiás, em plena Vila Belmiro, e se mantém, surpreendentemente, na zona do rebaixamento. Já quanto aos clubes da nossa região, o Tricolor surpreende e soma um número inesperado de pontos, fechando a rodada com 16 pontos, dividindo a liderança com Flamengo e Cruzeiro. Com um esquema 3-5-2, Celso conseguiu armar bem equipe, ajudado pelo fato de que tem no seu grupo de trabalho jogadores que se encaixam bem no esquema por ele escolhido. Basta saber até quando este grupo, ainda limitado, vai se manter com esse aproveitamento. Quanto ao Inter, mais uma derrota, a primeira na era Tite, desta vez para o também fraco Vitória da Bahia. Com erros individuais dos instáveis zagueiros vermelhos restou concretizada a 4 derrota do inter em 7 jogos. Minha dúvida quanto ao inter não é se irá ou não se recuperar no campeonato, pois ainda considero o Inter um grande time, mas quanto a saída de Fernandão e Iarley. Como se sabe, eram dois grandes jogadores e líderes do grupo. Fernandão particularmente detinha uma liderança técnica e moral do time, sendo que sua presença no jogo dava mais tranqüilidade a seus companheiros, ainda mais que ele ganhava todas de cabeça e em qualquer setor do campo. Com a saída deles o Inter torna-se órfão de um líder, de uma figura que simbolize a vitória. Veremos como Tite irá resolver a falta deles. Mas, apesar de tudo isso, está aberta a semana GRENAL, que será disputado no Olímpico. Como sempre, sem favoritos no campo. Para a imprensa e para os colorados o Grêmio leva vantagem. São os ingredientes do maior clássico do mundo. Abraços.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

(Re)construção

Começou com Abel. Um dos maiores comandantes da casamata colorada de todos os tempos deixou o Colorado com uma proposta milionária nas mãos. Treinará os árabes no Oriente Médio e usará turbantes. Tentará repetir nas terras do petróleo o sucesso que teve por aqui; obviamente que a questão financeira foi o grande motivador da saída de Abel, mas é inegável que o ambiente colorado já não estava mais propício para o nosso eterno Abelão.
Passou por Iarley. Com a saída de Abel, o grande Pedrito perdeu espaço no elenco colorado. O imenso prestígio acumulado ao longo dos 3 anos em que jogou pelo Internacional não foi suficiente para segurá-lo; há muitos jovens subindo e a renovação precisa acontecer. Iarley foi negociado com o Goiás e protagonizou uma das despedidas mais melancólicas que já se viu no Estado.
E, por último, mas não menos importante, Fernando Lúcio da Costa, vulgo Fernandão. Esse sim, não hesito dizer, o maior jogador da história centenária do Internacional. Ninguém, absolutamente ninguém, obteve tanta identificação com o clube como esse goiano. Nos 4 anos em que esteve por Porto Alegre, ganhou quase tudo e tornou-se um semi-deus. Mas até os semi-deuses não são eternos. E lá se foi Fernandão conquistar os campos petrolíferos de Dubai. Os xeques apreciarão, com certeza, o seu futebol.
Tudo isso se encaixa na reconstrução colorada. Tite chegou e trouxe consigo a suposta e esdrúxula fama de gremista (isso não existe no futebol moderno) e a vontade de vencer. Seus discursos inflamantes impregnam o vestiário colorado de esperança. Foi a melhor decisão de Carvalho e seus companheiros? Veremos na seqüência. Enquanto isso, cabe aos colorados guardar os ídolos na memória e torcer pelos novos profissionais.

domingo, 8 de junho de 2008

Barack x John

Um americano decendente de quenianos está fazendo história nos Estados Unidos. Barack Obama será o primeiro negro a disputar as eleições presidenciais norte-americanas por um partido grande, o Democrata. A corrida presidencial na terra do Tio-Sam já foi assunto aqui no blog, sendo objeto, inclusive, de enquete, na qual Obama ganhou a preferência dos leitores.
Barack superou Hillary Clinton nas prévias democratas e agora tenta angariar o apoio da mesma
para uma super-chapa democrata, tendo Obama como presidenciável e Hillary como vice. A senadora nova-iorquina tem muita força política, não somente por seus méritos, mas também porque é mulher de Bill Clinton, o presidente mais admirado pelos norte-americanos desde Ronald Reagan. Uma eventual aliança entre Obama e Hillary tornaria a chapa democrata extremamente forte e entraria na disputa com grandes chances de vitória.
De qualquer forma, Obama terá um adversário duríssimo pela frente. O republicano John McCain já havia ganho as prévias do seu partido há muito tempo e estava apenas esperando para saber quem seria o seu adversário, a fim de preparar a melhor estratégia de campanha. Porém, nos últimos dias, estava cada vez mais claro que o embate Obama x McCain iria acontecer. Dentro desse contexto, o republicano já vinha concentrando seus ataques nos pontos fracos de Obama.
A eleição mais interessante dos últimos tempos está marcada para Setembro. Quem ganhar se tornará o homem mais poderoso do mundo e terá a difícil missão de tirar os Estados Unidos da recessão, acabar com os problemas no Oriente Médio e dar alguma esperança ao mercado internacional,dependente, ainda, da economia americana. Barack e John possuem idéias notadamente controvertidas em ambos os aspectos, diga-se, economia e política internacional. O mundo espera ansioso pelo desfecho do embate. Façam suas apostas.

quinta-feira, 5 de junho de 2008

A crise do futebol brasileiro

Acho que a política mercantil do futebol brasileiro chegou no limite do aceitável. Nos últimos anos, mais especificamente na última década, o Brasil exportou um número impressionante de jogadores para o exterior. Hoje, nossos jovens, ainda nas categorias de base, não sonham mais em jogar nos profissionais do clube que defendem, eles já pensam no clube da Europa que irão jogar. Perdeu-se a identidade, o amor a camisa. Não obstante, cumpre observar que, nesse interregno, tivemos uma curiosa evolução mercantil: primeiramente só iam jogar na Europa jogadores ditos fora de série, que eram as estrelas (Ronaldo, Romário, Giovane, Rivaldo, etc), essa era a realidade até a metade dos anos 90. De forma gradativa, os clubes europeus começaram a abrir suas portas, de forma que, nos últimos anos, auxiliados por uma tropa de empresários e agraciados com a bizarra lei do passe (pelé), tornaram-se verdadeiros colonizadores do Brasil. Os clubes europeus contratam jogadores brasileiros, sejam eles ótimos, bons, ou ruins. Claro, virou um grande (e lucrativo) negócio. A dura realidade, normalmente, é a seguinte: surge uma promessa, os clubes de segunda linha da Europa auxiliados pelos empresários as compram a preço de "banana", eis que são "promessas" ainda e os times brasileiros não podem negar a "fortuna" de 6 milhões de Euros. Dessa forma, caso essas promessas vinguem, esses clubes que vieram buscar na colônia as "mercadorias" as revendem para times de ponta da Europa. Assim, esses jogadores, surgidos aqui, genuinamente brasileiros, acabam saindo do nosso país por 6 milhões de euros (média) e entram na Espanha (exemplo) por 25 milhões (casos clássico: ronaldinho gaúcho e Anderson). Viramos com certeza uma colônia, explorados pelo continente europeu. Depois de anos e anos dessa política exploradora, o Brasil parece ter chegado em uma espécie de “limbo”. Atualmente jogam no Brasil os fracassados na Europa, os de baixa qualidade que não conseguiram ir jogar na Ucrânia, os jogadores da América do Sul que também fracassaram na Europa, os veteranos encerrando carreira, e alguns jovens que ainda restam, não se sabe até quando, por aqui. Somando-se a isso, temos um campeonato com fórmula sem graça, que ostenta a pior média de gols de todos os tempos e uma média de público deprimente. Aguardemos então a nova “fornada” de produtos enquanto assistimos aos “jogassos” do fim de semana.

domingo, 1 de junho de 2008

Boa sorte Abel!

Acabou-se, pelo menos por enquanto, a era Abel Braga. O carioca foi fazer o seu pé-de-méia nas terras petrolíferas do Oriente Árabe. Adorado por muitos, odiado por outros tantos, o fato é que Abel construiu um legado no Internacional poucas vezes visto no futebol brasileiro. Tamanha era a empatia entre Abel e o clube que todos nós, colorados, fingíamos que não víamos as invencionices que Abel teimava em praticar nas quatro linhas.
E, no fundo, tanto Abel quanto nós sabíamos que o seu forte não era a tática, e sim o vestiário. Abelão construiu uma família no Beira-Rio que invariavelmente sentirá sua falta. Entretanto, os interesses colorados ainda estão em jogo. O centenário aproxima-se e os projetos do Sport Club Internacional não podem depender de Abel. A direção precisa agir rápido e com competência; assim espera-se.
Enquanto isso, boa sorte Abel! Obrigado por todas as alegrias que nos deste nesses quase três anos. Podes ter certeza que deixarás saudades. E, quem sabe, nos encontramos novamente, num futuro próximo. Disseste que treinarias até os sessenta anos. Tens cinqüenta e cinco.. Nada impede de fazeres o teu pé-de-meia petrolífero e vires encerrar a tua carreira no Colorado, a tua maior paixão. Certamente, estaremos de portas abertar para te recepcionar. Obrigado, Abelão!