segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Sobre o século XXI

Mais um ano termina. De vez enquando bate aquela vontade de fazer o tempo parar de passar. Mas é inevitável. Nesta vida moderna, onde todas as pessoas sentem-se socialmente obrigadas a estarem sempre ocupadas, temos a impressão de que o tempo está passando mais rápido. Eu me lembro como se fosse ontem quando o mundo celebrava a virada do milênio, com aquela apreensão de que os computadores entrariam em pane, era o chamado "bug do milênio", lembram? No fim não deu em nada, lógico. O mundo entrava em uma nova era. Os "anos 2000". Ao contrário do que nossos pais sonhavam junto com Stanley Kubrick, os anos 2000 não foram marcados por carros voadores. Com a virada do século, testemunhamos um avanço incrível da tecnologia, todavia, no campo da futilidade eletrônica, como se depreende das recentes febres dos IPODS, MP3456, NOTEBOOKS, IFONES, máquinas digitais, Internet, etc. Nada disso, ao meu ver, trouxe qualquer benefício significativo para a raça humana, salvo para quem comercializa estes produtos, claro. Além disso, fomos testemunhas, a partir de 2001, de guerras. Guerras de verdade mesmo, com morte e bombas, inclusive daquelas que rastreiam o alvo, super tecnológicas e tal. Vimos, com estes primeiros anos do século XXI, um "homem" mais egoísta, individualista, ganancioso, fútil, intolerante com o próximo, como se pode ver desde a perspectiva dos grandes palanques políticos como nas esquinas engarrafadas de gente apressada e ocupada. Confesso que não gosto mundo desta "modernidade". Hoje, ninguém admite ser infeliz. A modernidade é a época do homem feliz. As pessoas se negam a sentir dor. Negam as suas crises. Quando elas chegam, taca remédios! Não passa? Corre para os psicólogos e psiquiatras. Não podemos parar um segundo. A "vida é agora". "Parcele". Mas consuma. Imagine o trauma de seu filho se ele não puder ter um IPHONE? Ele nunca brincou de esconde-esconde nem de "taco", isso é muito chato para ele, é coisa de "nerds", do século passado, ele diz. Assim caminha a humanidade, ou a modernidade? Agora é a crise financeira e o aquecimento global. Fim do mundo? Demissões em massas, milhões de crianças que ficaram sem os seus IPODS. Lucros para os psicólogos! E nessa confusão toda, já passaram oito anos desde aquela virada do século conturbada. Um negão assumiu os "states". Sadam morreu. Bush também, porque não? Bin Laden tá por aí. Está cada vez mais calor, o Inter foi campeão do mundo e eu estou aqui, usando essa INTERNET e "baixando música" Chega!!! Vou jogar taco!

domingo, 14 de dezembro de 2008

Férias

Pessoal, estou de férias dos meus compromissos usuais e também darei um tempo no Blog. Volto com todo gás em Fevereiro. Boas festas a todos!

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

2008 termina

Depois de inúmeros posts comentando os acontecimentos futebolísticos do ano de 2008, finalmente chegamos ao final e já sabemos as respostas para todas as perguntas. Grêmio e Internacional, os dois clubes que movem a paixão desde estado e, porque não, deste blog, tiveram um desempenho apenas razoável nesta temporada. O Inter levou uma pequena vantagem, pois conquistou dois títulos. Já o Grêmio somente logrou êxito em se classificar para a Libertadores da América de 2009, após uma grande campanha no brasileiro que não poderá ser esquecida. Entendo que a análise racional de quem foi melhor, se é que isso é possível por aqui, deve residir em uma análise do ponto de vista econômico do futebol.

O Internacional, e isso não pode ser esquecido, fez investimentos sensacionais para um time residente em um país emergente. Montou uma verdadeira seleção, lógico, a base de muita plata. Nenhum time do Brasil, e porque não, da América do Sul, conta com jogadores do nível do Internacional. O São Paulo, na minha opinião, fica muito atrás. Pela exigência que um grande investimento exige, o desempenho do Internacional no ano foi razoável. No primeiro semestre o colorado venceu Gauchão, com todos os méritos, mas perdeu o que realmente valia, a Copa do Brasil. No brasileiro, vacilou muito, perdeu quase todos os jogos fora de casa. Manteve o Clemer por gratidão por muito tempo e acabou sucumbindo na competição, ficando de fora, inclusive, da disputa que mais sonhava no ano de seu centenário. Mas, o Inter foi inteligente, claro. Após a eliminação no brasileiro, jogou todas as fichas na copa Sul-americana e conseguiu, a baixo de marketing do tipo goela abaixo, inflamar o torcedor e vencer a copa. Mas para uma instituição que gasta 4 milhões mensais (só perde para o Corinthians, acreditem!) ter ido mal em todas as competições que realmente valiam é um fato considerável. Por isso, pelos dois títulos, entendo que o Inter chegou um pouco na frente do Grêmio.

O tricolor foi uma figura esse ano. Primeiro semestre desastroso. Eliminado vergonhosamente da Copa do Brasil e do Gaúchão, em menos de uma semana. Naquele momento os gremistas eram unânimes na idéia de que lutaríamos para não sermos rebaixados no brasileiro. Fracasso total. Mas, incrivelmente, aquele time, formado de "refugos", com uma folha mensal ridícula de 900 mil, foi empilhando vitórias e liderou o certame por quase três meses. Entretanto faltou qualidade, faltou um atacante. Faltou o algo mais. No entanto, mesmo assim, o Grêmio seria campeão, não fosse uma arrancada inacreditável do São Paulo, que perdeu, pasmem, um jogo no segundo turno. Com um nível assim, não tinha como segurar. Por isso, acho que a tese de que o Grêmio perdeu campeonato não procede. O tricolor fez uma campanha boa no segundo turno, tanto que acabou com cinco pontos à frente daqueles times que, até pouco tempo, eram vistos como os candidatos ao título, Palmeiras, Cruzeiro e Flamengo. Ao meu ver o São Paulo conquistou o titulo sim. Bom, apesar da frustração, o Grêmio se classificou para a Libertadores, o que é uma alegria inegável. Os colorados descobriram como é bom jogar essa competição. E aquele Grêmio, que eu descrevi no início do parágrafo estará lá, bem mais reforçado, espero.

Era isso amigos. Foi um ótimo ano para os gaúchos. A cada ano que passa esses brasileiros nos odeiam mais. Esperamos que o Grêmio represente bem o nosso país e faça bonito ano que vem e, quem sabe, (re)conquiste a América para nós, uruguaios, brasileiros por acidente.

A partir de agora, análises somente políticas, por favor.

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Coloradismo à Flor da Pele!

Geralmente, adoto uma posição um tanto quanto neutra em se tratando de futebol aqui no Blog. Isso acontece, em primeiro lugar, porque a proposta original era de se discutir futebol e política sem tomar a frente deste ou daquele lado (o que nem sempre acontece). Em segundo lugar, isso também decorre de uma característica minha; tenho uma tendência quase inevitável de assumir um tom conciliador em qualquer discussão.
Entretanto, os últimos fatos ocorridos com o Sport Club Internacional me fizeram repensar meu papel no Blog, ainda que de forma eventual. É preciso salientar que eu havia dito que o Internacional em 2008 era uma monótona repetição de erros e que só iria voltar a falar do Glorioso quando alguma alteração muito grande ocorresse. Pois não é que nas últimas semanas isso realmente aconteceu?
Assim, cá estou para falar um pouco do sentimento que invade o coração de toda nação colorada neste mês de Dezembro. O que se viu no último dia três no estádio Beira-Rio não foi apenas um empate heróico contra uma das equipes mais tradicionais da Argentina. Mais do que isso, o que aconteceu naquela noite foi a consagração de uma idéia de clube; foi o ápice de uma paixão que transbordava em cada colorado presente ao Beira-Rio.
O Internacional chega aos seus cem anos da melhor maneira possível. A história recente do clube mostra que, desde 2002, dez títulos foram conquistados. Convenhamos que isso é para poucos. Cinco títulos gaúchos, uma Libertadores, um Mundial, uma Recopa, uma Copa Dubai e agora a Sul-Americana. O clube se torna o único brasileiro a ostentar todos os títulos possíveis em seu currículo.
Mais do que isso, o Internacional tem, hoje, um modelo de gestão única e vencedora. Clubes do país inteiro vêm a Porto Alegre entender como esta funciona; a imprensa do centro do país se derrete em elogios; a imprensa internacional classifica o clube como o “mais internacional do Brasil” e até os nossos hermanos argentinos se curvam frente às conquistas coloradas.
O Colorado ainda conta com jogadores de luxo, como Alex, Nilmar, Guiñazu e D’Alessandro (como joga este argentino hein?). Aliás, este último trazido a preço de ouro, numa época em que nos acostumamos a ver os clubes europeus subjugar as entidades esportivas brasileiras. Pois o Internacional fez o mesmo com o San Lorenzo argentino, trazendo o craque do time para respirar os ares do Mampituba.
Nesse sentido, o que mais se repetia nos bastidores da vitória de quarta-feira era a seguinte frase: “Como é bom ser colorado”. Alfinetado por meus sempre presentes amigos gremistas em relação ao menor peso da Sul-Americana, eu faço valer um bordão clássico no futebol: o que vale é taça no armário. Clubes grandes só sobrevivem com títulos e é isso que o Internacional faz. Perdoem-me, caros amigos, mas o título vale mais do que uma vaga. Além disso, os ganhos financeiros da Copa Sul-Americana justificam qualquer interesse. P.S.: quem gosta de vaga é flanelinha!