terça-feira, 29 de julho de 2008

Eleições Municipais

Na sociedade em que se vive, com um passado sombrio em se tratando de liberdades individuais, o fato de podermos eleger mais uma vez, como verdadeiros cidadãos, nossos representantes no Executivo e Legislativos municipais merece ser saudado. Ainda que nossos políticos possuam uma credibilidade muito baixa junto à população, o processo eletivo brasileiro é, teoricamente, limpo, transparente e organizado, e essa é outra situação que merece aplausos de todos. Dessa forma, o tema será objeto de vários posts no blog conforme Outubro se aproximar; tentarei, hoje, dar o pontapé inicial desta discussão, fazendo um panorama geral das eleições em Porto Alegre e São Paulo, as duas capitais de maior interesse dos leitores do blog (a primeira por ser a capital gaúcha e a segunda por ser o embrião da eleição presidencial de 2010).
Comecemos, então, pela metrópole dos pampas. Os principais candidatos à prefeitura de Porto Alegre são: Manuela d'Ávila, pelo PC do B; Maria do Rosário, pelo PT; Luciana Genro, pelo PSOL; José Fogaça, pelo PMDB; Onyx Lorenzoni, pelo DEM; e, finalmente, Nelson Marchezan Júnior, pelo PSDB. O atual prefeito, José Fogaça, aparece na frente nas pesquisas, embora o principal veículo de uma campanha eleitoral ainda não esteja sendo utilizado, a televisão. Fogaça, que era filiado ao PPS, volto ao seu partido de origem, o PMDB, conseguindo, assim, o apoio de muitos quadros, uma característica marcante deste partido liderado por Pedro Simon. Entretanto, Fogaça terá que derrotar o PT, na pessoa de Maria do Rosário; os petistas querem retomar a prefeitura da capital, notadamente seu principal nicho político no sul do país. Sorte a de Fogaça que não houve aliança, pelo menos no primeiro turno, entre os partidos de esquerda, PT, PSOL e PC do B e tampouco entre os já tradicionais aliados, DEM e PSDB. Veremos como o eleitor irá reagir à campanha televisa, sempre muito influente.
Em São Paulo, observa-se uma disputa triangular pelo Executivo municipal. Gilberto Kassab, atual prefeito, pelo DEM; Marta Suplicy, ex-prefeita, pelo PT; e Geraldo Alckmin, ex-governador do estado bandeirante, pelo PSDB. Mencionei no primeiro parágrafo que a eleição paulista seria o embrião da campanha presidencial de 2010; exponho, então, as razões que me levam a pensar dessa forma. Qualquer candidato ou partido que almeje alcançar a Presidência da República brasileira sabe que é extremamente necessário ganhar em São Paulo para se ter alguma chance. PT e PSDB não diferentes e enxergam na eleição municipal da principal cidade do país uma oportunidade única para começarem a ensaiar a campanha do próximo chefe do Executivo nacional. O quadro, então, está desenhado da seguinte forma: o PT aposta suas fichas em Marta enquanto o PSDB assiste uma disputa interna entre José Serra e Aécio Neves. Serra apóia Alckmin e Aécio, por sua vez, Kassab. Tratando-se de PSDB, não é possível fazer uma previsão muito concreta, visto que, em 2006, Serra perdeu a disputa interna para Alckmin. Entretanto, o vencedor desta briga estará muito à frente do concorrente para 2010. O embate Serra x Aécio está só no começo, mas já esquenta as discussões dos social-democratas. Não tendo nada a ver com a história, o PT se concentra em Marta e a ex-prefeita aparece em primeiro lugar nas pesquisas de opinião.
Ainda há muita coisa para acontecer, mas, de momento, é isso que temos nas duas capitais. É preciso frisar que a verdadeira campanha começa com os horários televisivos. Somente quando isso acontecer é que poderemos ter uma idéia mais clara do que nos espera em Outubro, quando iremos às urnas.
P.S.: não posso deixar de fazer um registro, ou melhor, uma indagação: rio-grandinos, os Branco triunfarão mais uma vez em nossa cidade?

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