sábado, 26 de julho de 2008

Ipatinga 1 x 0 Internacional

Covardia

Ipatinga. Integrante da segunda divisão mineira. Jogadores limitados. Passes abaixo da crítica. Sonhará em manter-se na primeira divisão. Acordará na segunda, para nunca mais voltar.

Internacional. Ex-favorito ao título brasileiro. Ex-postulante de uma vaga na Libertadores da América. Destinado a sul – americana 2009. Covarde.

O adeus ao título deu-se da pior forma possível. Com três volantes e medo. Muito medo. Perder faz parte. Mas falta de postura me enoja. Culpo Magrão e Edinho pela derrota.

Ângelo é melhor nas funções ofensivas; Lopes nas defensivas. Juntos não formam um jogador limitado. Marcão, o ex-jogador, perambulou pela esquerda e fez cruzamentos pífios, ou seja, o normal. Ambos, em algum momento do jogo, tiveram que cobrir Orozco, cuja inoperância faz-nos desconfiar: será mesmo um jogador de futebol? Nossos limitados laterais afundaram ao auxiliá-lo. Danny Morais continua bem.

Nilmar e Taison mantiveram a regularidade. Guina também. O apático, porém incontestável Alex, foi prejudicado por uma lesão. Entrou Andrézinho, cujo diminutivo dimensiona seu futebol.

Finalmente focamos Edinho e Magrão. E o que vimos preocupa. Talvez por terem um futebol semelhante. Talvez por coincidentemente cumprirem péssima jornada. Principalmente por estarem na conta dos titulares incontestáveis. Não me importa. Ambos desqualificaram qualquer saída de bola colorada – já prejudicada por Marcão e Orozco. Ter Maycon como opção é atuar com um a menos.

Enfim, está é a realidade colorada.

Supostas estrelas irão resolverão o problema? Só vendo. A direção está de parabéns pelas contratações? Não. Está saldando uma dívida. Uma dívida criada ao permitir que Orozcos desonrem o fardamento colorado. Ao formar time no meio do ano. Faltou planejamento. Sobrou arrogância.

Escrevo tudo isso de cabeça quente. E é assim que tem que ser. A ilusão do raciocínio frio e descompromissado facilmente encontra-se com o auto – engano. Daí que, não raro, são as palavras ditas sem pensar que retratam com fidelidade o presente.

O futuro colorado parece sombrio. Me preocupa os atuais movimentos. Sinto que falta a Ivete Sangalo e a ISL para ingressarmos numa rotina de muito prometer e pouco cumprir. Futebol é momento, e recuperar o momento é algo raro no futebol.

Algo encantou os dirigentes colorados no ano de 2003. Neste ano Guina venceu o apertura argentino com o Independiente. Sorondo ia para a Inter de Milão e era destaque da seleção Uruguaia. Nery arrebentava no São Paulo. D´Alessandro vivia seu melhor momento no River e acertava milionária transferência para a Europa. Marcão dava início a sua boa passagem pelo Atlético-Pr, que culminaria no vice da Libertadores. Magrão saía do São Caetano para ajudar na recuperação palmeirense, com louvor. Índio, se não estou enganado, destacava-se no Juventude. Nilmar, em março, iniciava sua jornada com o colorado e, juntamente com Daniel Carvalho e Andrezinho, era campeão sub 23 nos emirados árabes.

O Inter projeta 2009 como um encontro destes jogadores de qualidade inquestionável (exceto Andrezinho), mas cujo momento, para a maioria, se foi. Futebol é momento. Quando a este se agrega qualidade, organização e comprometimento, surgem os campeões.

É esse o desafio colorado. Recuperar o momento de diversos jogadores. Missão complicadíssima: acertar as contas com o passado tendo de dar satisfação ao presente.

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