sexta-feira, 4 de julho de 2008

Ingrid Betancourt

Esta semana o mundo recebeu uma grande notícia, que merece espaço neste blog: a libertação da franco-colombiana Ingrid Betancourt. A ex-senadora e ex-candidata à presidência da Colômbia passou 6 anos e alguns meses em poder das FARC, a insana guerrilha colombiana que seqüestra e tortura aqueles que se opõem aos seus ideais revolucionários. Ingrid foi capturada na selva pelos agentes do exército colombiano junto com outros prisioneiros, numa operação ousada que resultou na maior derrota imposta à guerrilha até hoje.
Para que possamos ter uma pequena idéia da importância política da libertação de Betancourt, é preciso analisar a trajetória de vida daquela. Filha de um ex-senador e ex-embaixador com uma ex-miss colombiana, Ingrid passou a maior parte da juventude na França, mais precisamente em Paris, aonde seu pai atuava como embaixador colombiano junto à UNESCO. Estudou em Sorbonne e voltou à Colômbia alguns anos mais tarde, desta vez como candidata ao cargo de senador. Uma vez eleita, participou ativamente do movimento anti-guerrilha promovido no país, tornando-se um ícone para as famílias dos prisioneiros. Em 2002, já candidata a presidente, foi então seqüestrada por aqueles que tanto combatia, ficando presa em nas selvas colombianas até os dias de hoje, vivendo em condições absolutamente aterrorizantes.
No dia 2 de Julho do corrente ano, Ingrid foi, finalmente, libertada; as especulações em torno do resgate da ex-senadora já haviam ganho notoriedade quando o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, entrou na briga para encontrar Ingrid, negociando diretamente com as FARC. Por todas estas razões, não é difícil entender o porquê de tantos chefes de Estado disputarem o posto de salvadores de Betancourt. A volta da ex-prisioneira representa uma vitória de Álvaro Uribe, George Bush e Nicolas Sarkozy, presidentes da Colômbia, Estados Unidos e França, respectivamente. Por outro lado, Chávez perde e muito com o fato; e, junto com ele, a guerrilha, já destroçada pela morte dos seus mais importantes comandantes.
Portanto, Ingrid Betancourt representa uma nova esperança, ainda que muitos ainda continuem presos (estima-se que o número chegue a 700). As FARC saem fragilizadas e perdem poder de barganha; a ex-senadora era o seu mais valoroso refém. Espera-se que a Colômbia intensifique a procura dos outros reféns e termine com o sofrimento de todas as outras famílias colombianas.

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