quinta-feira, 5 de junho de 2008

A crise do futebol brasileiro

Acho que a política mercantil do futebol brasileiro chegou no limite do aceitável. Nos últimos anos, mais especificamente na última década, o Brasil exportou um número impressionante de jogadores para o exterior. Hoje, nossos jovens, ainda nas categorias de base, não sonham mais em jogar nos profissionais do clube que defendem, eles já pensam no clube da Europa que irão jogar. Perdeu-se a identidade, o amor a camisa. Não obstante, cumpre observar que, nesse interregno, tivemos uma curiosa evolução mercantil: primeiramente só iam jogar na Europa jogadores ditos fora de série, que eram as estrelas (Ronaldo, Romário, Giovane, Rivaldo, etc), essa era a realidade até a metade dos anos 90. De forma gradativa, os clubes europeus começaram a abrir suas portas, de forma que, nos últimos anos, auxiliados por uma tropa de empresários e agraciados com a bizarra lei do passe (pelé), tornaram-se verdadeiros colonizadores do Brasil. Os clubes europeus contratam jogadores brasileiros, sejam eles ótimos, bons, ou ruins. Claro, virou um grande (e lucrativo) negócio. A dura realidade, normalmente, é a seguinte: surge uma promessa, os clubes de segunda linha da Europa auxiliados pelos empresários as compram a preço de "banana", eis que são "promessas" ainda e os times brasileiros não podem negar a "fortuna" de 6 milhões de Euros. Dessa forma, caso essas promessas vinguem, esses clubes que vieram buscar na colônia as "mercadorias" as revendem para times de ponta da Europa. Assim, esses jogadores, surgidos aqui, genuinamente brasileiros, acabam saindo do nosso país por 6 milhões de euros (média) e entram na Espanha (exemplo) por 25 milhões (casos clássico: ronaldinho gaúcho e Anderson). Viramos com certeza uma colônia, explorados pelo continente europeu. Depois de anos e anos dessa política exploradora, o Brasil parece ter chegado em uma espécie de “limbo”. Atualmente jogam no Brasil os fracassados na Europa, os de baixa qualidade que não conseguiram ir jogar na Ucrânia, os jogadores da América do Sul que também fracassaram na Europa, os veteranos encerrando carreira, e alguns jovens que ainda restam, não se sabe até quando, por aqui. Somando-se a isso, temos um campeonato com fórmula sem graça, que ostenta a pior média de gols de todos os tempos e uma média de público deprimente. Aguardemos então a nova “fornada” de produtos enquanto assistimos aos “jogassos” do fim de semana.

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