sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

O fim da tortura


O novo Presidente americano Barack Obama nem terminou de guardar suas coisas no salão oval e já mostrou a que veio. Cumprindo alguma de suas promessas de campanha, assinou um Decreto ordenando fechamento da prisão de Guantánamo, localizada em Cuba, no prazo de um ano, bem como o fim de prisões secretas da CIA, além de pedir a saída das tropas americanas do Iraque. Trata-se de uma atitude digna de um Presidente que tomou posse priorizando o lema da mudança. O centro de detenção de Guantánamo era utilizado para prender e "julgar" supostos terroristas, sob o argumento que as Cortes de Justiça americanas não teriam capacidade de julgar este tipo de criminoso. É isso mesmo. Então Bush, em sua "war agaist terror" criou este tribunal de exceção, com juízes de exceção e com uma masmorra própria, onde seres humanos eram torturados e encarcerados sem processo regular e culpa formada. Segundo Bush, ali estavam criminosos perigosíssimos, assim como haviam as tais armas químicas do Iraque. Talvez até existissem realmente alguns potenciais terroristas, mas isso não justifica, nem autoriza qualquer Governo do mundo a institucionalizar a tortura e permitir os julgamentos sem o devido processo legal e ampla defesa, que são direitos fundamentais de todos os seres humanos. Segundo algumas pesquisas, nos casos em que a acusação poderia resultar em pena de morte, a decisão final, acerca da aplicação ou não da pena capital recaia nas mãos do Presidente americano. Estima-se que até hoje já passaram 750 prisioneiros por Guantánamo, sendo que, o Governo americano já liberou ou transferiu para outros países mais de 500 pessoas sem nenhuma acusação formal.
A prisão criada por Bush era uma vergonha para a humanidade. Apesar dos constantes pedidos de organizações internacionais pela defesa de direitos humanos, o ex-presidente americano nunca se importou com a dignidade e com os direitos fundamentais do homem, na verdade ele nem sabe o que isso significa.
Depois dos ataques em 2001, Bush saiu por aí, de posse do exército mais forte do mundo, brincando de justiceiro, como se estivesse em seu rancho no Texas. Botou um chapéu de caubói e foi bombardeando, torturando, matando e criando prisões de tortura, tudo a seu bel prazer.
Nesses primeiros dias de 2009 parece que temos finalmente alguma luz de consciência na casa branca. Esperamos que as mudanças não parem por aí e Obama confirme a esperança de um mundo melhor que ele gerou e prometeu para o mundo durante a sua campanha presidencial. Entretanto, estas medidas iniciais demonstram, pelo menos, em um exame perfunctório, que o novo chefe de estado americano realmente está disposto a corrigir as diversas atrocidades cometidas pelo Governo passado.

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